quarta-feira, abril 11, 2012

Fundos da banca forçam novos cortes na Segurança Social

Segundo o Dinheiro Vivo, "a transferência dos fundos de pensões dos bancários para o perímetro das contas públicas, na ordem dos seis mil milhões de euros, “irá exigir” novas medidas para equilibrar a Segurança Social. O aviso vem da Comissão Europeia. O “esforço” a pedir aos portugueses, seja por via de cortes na despesa com reformas, seja através de aumentos de receita, vai ser assinalável. Depois da reforma iniciada em 2007, dos cortes graduais no valor das pensões e das penalizações cada vez maiores que são esperadas para os próximos anos, a Comissão Europeia veio ontem apresentar o lado menos bom do negócio gigantesco que o ministro das Finanças assinou com a banca, que permitiu reduzir o défice público de 2011 até 4% e possibilitará um alívio nos balanços dos bancos através da libertação de dívidas do sector público. O relatório libertado por Bruxelas sobre o terceiro exame da troika, explica claramente o que vai acontecer: “a transferência dos fundos de pensões que compensaram o deslize [orçamental de 2011] resultou num aumento estrutural nos passivos com pensões futuras. Para compensar os efeitos de médio prazo da transferência dos fundos de pensões irá exigir, assim, maiores esforços de consolidação orçamental”, avisa o Executivo comunitário. E continua: “em particular, apesar de diminuir ao longo do tempo, a despesa com pensões irá ser significativa nos próximos anos e necessita de ser compensada por medidas adicionais”. Ou seja. Vítor Gaspar consumiu 3,2 mil milhões de euros dos fundos logo no final de 2011 para abater ao défice desse ano e comprometeu mais 2,9 mil milhões até julho de 2012 para libertar dívidas (de empresas públicas e municípios) do balanço dos bancos. Mas os reformados da banca terão de receber na mesma o dinheiro que é seu. Resultado: falta pagar, por ano, durante mais de uma década uma média de 500 milhões de euros em pensões. “A Comissão Europeia não gosta de medidas extraordinárias, como a transferência dos fundos de pensões”, disse ontem Peter Weiss, o chefe de missão adjunto. “Aceitámos porque o programa começou a meio do ano. A consolidação tinha de ser conseguida em menos tempo”, acrescentou”.

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