terça-feira, janeiro 17, 2012

E esta?! Teixeira dos Santos confessa que via ajuda como "quase incontornável" desde Novembro de 2010...

Segundo o Jornal de Negócios, "o ex-ministro das Finanças lamenta que a inacção europeia tenha sido um "esticão no tapete" dos esforços nacionais, admitindo que passou a encarar a ajuda externa como inevitável após o resgate irlandês. "Seria quase incontornável esse percurso [pedido de resgate] a partir do momento em que a Irlanda pediu apoio às autoridades europeias e ao FMI", reconheceu Fernando Teixeira dos Santos relativamente a um processo que o primeiro-ministro de então, José Sócrates, rejeitou até ao limite.Durante uma conferência no Porto, o ex-ministro referiu que os esforços nacionais podem não ser suficientes - "o drama de tudo isto é que podemos fazer o trabalho todo direitinho que, se não houver a adequada resposta europeia tudo pode ser em vão" - recordando os últimos meses do anterior governo. Quando "eventos de natureza externa nos traziam à estaca zero", como um "esticão no tapete".Teixeira dos Santos recordou, por exemplo, que em finais de 2010 o orçamento para 2011 era visto como uma "janela de oportunidade para recuperar e estancar o agravamento dos spreads e passadas umas semanas a Alemanha falou em envolver os privados" num perdão de dívida. "Defaults públicos? Era impensável até então. Isso atemorizou os potenciais compradores de dívida pública".Passado mais de ano, o agora professor da Faculdade de Economia do Porto vê a mesma "hesitação na Europa em responder de forma convincente", o que "tem vindo a agravar a crise".É que se o BCE tem respondido "de forma adequada" no financiamento à banca, acrescentou, é "importante também que nesta solução europeia os Estados-membros de convençam que estamos numa união económica e monetária"."Temos de abdicar de soberania orçamental"Na mesma conferência, que decorre ao final da tarde na cidade "invicta", Teixeira dos Santos referiu-se ainda à perda de poderes dos Estados para definir as suas políticas orçamentais, o que vê como contrapartida para a introdução de medidas como os Eurobonds."Se quisermos ter um pilar orçamental, como investimentos soberanos, teremos de abdicar de grande parte da soberania no domínio orçamental", disse o ex-governante socialista.Teixeira dos Santos insistiu que "é indispensável ter qualquer mecanismo de financiamento soberano se não tivermos uma política mais federal do ponto de vista orçamental".

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