terça-feira, fevereiro 15, 2011

México: Jornalista na rua por perguntar se Calderón é alcoólico

Diz a jornalista Isabel Gorjão Santos do Publico que “Carmen Aristegui fez uma pergunta aos microfones da rádio mexicana MVS Noticias. "Felipe Calderón tem ou não problemas de alcoolismo?" Foi despedida e agora acusa a Presidência de ter feito pressão.A questão circulava como um rumor, mas na passada quinta-feira foi impressa numa faixa que o Partido dos Trabalhadores mexicano afixou no Congresso, onde se lia: "Deixarias um homem embriagado conduzir o teu carro? Não? Então por que o deixas conduzir o país?" O cartaz gerou uma acesa polémica e a jornalista Carmen Aristegui resolveu levar o debate para a antena da MVS Noticias. O programa de rádio foi para o ar na sexta-feira e acabou por desencadear outro debate, desta vez sobre a liberdade de expressão no México. A jornalista foi despedida e acusada de "transgredir o código de ética" ao fazer eco do que a direcção da rádio considerou um rumor, depois de se ter recusado a apresentar um pedido de desculpas. Mas agora Aristegui considerou o seu despedimento um acto "autoritário, desmedido e inaceitável". Para a repórter, que tinha um programa naquela rádio desde 2009 e dirige também o programa Aristegui da CNN em espanhol, houve pressões da Presidência. "No México os órgãos de informação estão submetidos ao poder político", disse ao El Mundo. As acusações foram negadas pela porta-voz da Presidência, Alejandra Sota, que numa mensagem à CNN em espanhol disse que o gabinete do Presidente Felipe Calderón "não interferiu, absolutamente, para que a MVS Radio tomasse a decisão que tomou". Pouco depois foi a vez de o secretário da Presidência, Roberto Gil Zuarth, garantir que Felipe Calderón goza de boa saúde e está presente em cerca de sete acontecimentos por dia. O despedimento gerou protestos à porta da rádio e na Internet e os Repórteres sem Fronteiras condenaram a "censura" contra a jornalista. Nos últimos três meses a popularidade de Calderón diminuiu 3 por cento, de 55 para 52 por cento, segundo uma sondagem publicada terça-feira pelo El Universal, e o caso de Aristegui não deverá ajudá-lo a recuperar”

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