segunda-feira, fevereiro 28, 2011

PS-Madeira: Sócrates tenta "entalar" Serrão com Trindade, Emanuel e Torres?

Os apoiantes de José Sócrates na Madeira - onde a estratégia parece estar a ser conduzida por Bernardo Trindade - tentam contrariar Jacinto Serrão e entalar a sua estratégia de ganhar a totalidade dos delegados (66) ao Congresso Nacional a que a estrutura madeirense a que tem direito, usando actual secretário de estado do turismo, e os ex-líderes regionais Mota Torres e Emanuel Jardim Fernandes. Fontes do PS local garantira-me que estes nomes juntos não conseguem nada, pois estão distantes da máquina partidária e não controlam o processo eleitoral. Há quem acuse Trindade de estar a liderar esta estratégia de confronto com Serrão devido ao facto de ser membro do governo socialista da República e que outra atitude tomaria, caso não estivesse nessas funções. Neste momento é desconhecida a posição, por exemplo, de alguns dos deputados regionais, de Maximiano Martins, de Fernão Freitas, de Gois Mendonça (tido como pró-Sócrates, embora crítico do governo de Lisboa), facto que poderá influenciar o processo eleitoral dos delegados. Segfundo o DN do Funchal de hoje, "os apoiantes de José Sócrates à recandidatura como secretário-geral do PS vão apresentar uma moção sectorial no Congresso nacional do partido marcado para o início de Abril. A decisão foi tomada, ontem, numa reunião em Santa Cruz, que contou com a presença de Capoulas Santos. Bernardo Trindade, secretário de Estado do Turismo e que vai assumir o papel de coordenador de campanha na Madeira da candidatura de Sócrates, disse que a decisão era consequente com o que os apoiantes do primeiro-ministro defendem. Trindade já havia dado voz ao entendimento que não deveria ser apresentada uma moção nacional, como o fez Jacinto Serrão, mas uma sectorial, capaz de apresentar os pontos de vista regionais. A decisão tomada ontem foi a de responsabilizar Emanuel Jardim Fernandes, que também vai ser mandatário de Sócrates, e Mota Torres pela redacção da moção sectorial. O tema é o do reforço das autonomias no quadro de um partido coeso, devendo o título não se afastar muito desta enunciação. O documento depois será 'validado' pelos apoiantes de Sócrates na Madeira. A opção pela moção sectorial surge também da convicção de que tem suficiente dignidade, uma vez que é levada ao Congresso. Ao mesmo tempo, não põe em causa a eleição do secretário-geral do partido. Bernardo Trindade diz mesmo: "Da mesma maneira que entendo que na Madeira deve ser Jacinto Serrão, no País deve ser José Sócrates." Na Região, vai acontecer algo invulgar. O presidente do partido vai estar envolvido numa candidatura pessoal a secretário-geral do PS nacional e o presidente da Comissão Regional no apoio a um adversário, neste caso José Sócrates.Trindade já deixou claro entender que não é fragilizando o PS nacional que se beneficia o PS madeirense, o que parece estar subjacente à candidatura de Jacinto Serrão.
Capoulas Santos: Críticas à candidatura de Jacinto Serrão
"É algo que a mim causou-me alguma surpresa. Num ano em que haverá um confronto importante, em que o PS tem de estar mobilizado para o combate regional, haver um candidato a secretário-geral é algo que me surpreendeu e parece um pouco insólito, mas Jacinto Serrão terá as suas razões e saberá explicá-las." Assim reagiu Capoulas Santos, da campanha interna de José Sócrates, à candidatura de Jacinto Serrão a secretário-geral dos socialistas. Nem mesmo o facto de ter anunciado que era uma consequência de apresentar uma moção nacional amenizou a crítica de Capoulas Santos, que, mesmo assim, fez questão de dizer que era natural no processo democrático interno. Capoulas Santos esteve na Madeira durante umas horas, para se reunir com cerca de uma vintena de militantes socialistas que apoiam José Sócrates na sua recandidatura a secretário-geral. No final do encontro, confirmou os nomes de Bernardo Trindade como director de campanha na Região e de Emanuel Jardim Fernandes como mandatário. Não foi adiantado muito do que vai ser a campanha na Madeira. A vinda de José Sócrates não está garantida, nem é muito provável. Capoulas Santos lembrou a condição de primeiro-ministro de José Sócrates para justificar alguma indisponibilidade. O dirigente do PS lembra que a Madeira apenas tem direito a 66 dos cerca de 1700 delegados que vão a Congresso. Conclusão: "Não é a Madeira que vai decidir nada." Capoulas Santos diz que no Congresso serão discutidos os grandes temas do País: "Desvalorizamos o debate interno onde não há verdadeiras alternativas
".

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