segunda-feira, fevereiro 28, 2011

Dispara número de famílias em que ninguém trabalha

Escreve o jornalista do Correio da Manhã, Pedro H. Gonçalves, que “mais de 400 mil pessoas vivem em casas onde não há uma única pessoa com emprego. São na sua maioria famílias inteiras que, sem um salário, dependem de prestações sociais como o Rendimento Social de Inserção, biscates e ajuda de amigos ou de instituições de solidariedade social para sobreviverem todos os meses. Com as regras mais apertadas do subsídio de desemprego, apenas 38,3 por cento dos desempregados recebem esta prestação, pelo que muitas destas famílias não beneficiarão deste subsídio. Os números do Instituto Nacional de Estatística (INE) solicitados pelo CM revelam que há 416,3 mil indivíduos entre os 18 e os 59 anos que vivem em agregados familiares nos quais nenhum dos elementos tem trabalho. Uma subida de 55 por cento em relação aos 266,9 mil de 2001 e que constitui o valor mais elevado da década. Os dados mais recentes são de 2009, mas os especialistas alertam que actualmente esse valor terá disparado. "Esse número aumentou seguramente e hoje deve rondar os 450 mil indivíduos", avança ao CM o economista Eugénio Rosa. O também membro da CGTP explica que estas famílias são na sua maioria compostas por "casais que têm o ensino básico", um segmento bastante atingido pela falta de trabalho "e os filhos que perpetuam esse nível de escolaridade e que por isso não conseguem emprego". Um cenário negro que se agrava quando os números mostram que dos 768,8 mil desempregados reais que o País tinha no final de 2010 apenas 38,3 por cento recebiam subsídio de desemprego: apenas 4 em cada 10 portugueses sem trabalho recebem esta prestação social cujo valor diminuiu. A própria verba inscrita no Orçamento do Estado de 2011 para subsídios de desemprego sofreu um corte de 156,2 milhões de euros. Sem rendimentos, estas famílias sobrevivem, explica Eugénio Rosa, "com grandes dificuldades" no limiar da pobreza, contando com a ajuda de instituições sociais ou de amigos. Os biscates são outro modo de subsistência para pagarem as contas, numa prática em que normalmente não se passam recibos ou facturas, contribuindo assim para o aumento da economia paralela"

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