Escrevem os jornalistas do Correio da Manhã, Hugo Real e Miguel Alexandre Ganhão que “vários jornalistas de diversos órgãos de comunicação social têm o seu nome na listagem de emails recolhida pelos serviços informáticos do Fisco, uma situação que preocupa o Conselho Deontológico do Sindicato dos Jornalistas (CDSJ), que pede a destruição dessa informação. Orlando César, responsável do CDSJ, diz ao CM que, apesar de os jornalistas terem sido "apanhados de arrasto" nesta acção de controle, a verdade é as fontes podem estar expostas. "É necessário exigir à Comissão Nacional de Protecção de Dados (CNPD) que seja reposta a legalidade e que sejam garantidas as condições para que a privacidade das fontes não seja violada", o que só pode acontecer com a "destruição dos registos". Pedro Mourão, presidente da Comissão da Carteira Profissional dos Jornalistas (CCPJ), considera que o caso não é competência da entidade, já que não foram os jornalistas a divulgar as fontes. Ainda assim, diz que, "numa primeira análise, parece uma conduta [listagem de emails] de natureza ilícita". O advogado Francisco Teixeira da Mota sublinha que esta recolha necessita de uma autorização prévia da CNPD, sendo que, mesmo com essa autorização, "a recolha de todos os dados de todos os funcionários parece ser abusiva". O jurista defende que pode existir uma violação do segredo de correspondência, assim como uma violação da lei dos dados pessoais". Segundo apurou o CM, o Sindicato dos Trabalhadores dos Impostos tenciona pedir à Procuradoria-Geral da República que investigue todo este processo, de modo a saber se existiu a prática de algum crime. A maioria dos funcionários ao serviço da Direcção-Geral de Informática Tributária e Aduaneira, responsável pela divulgação dos e-mails, pertence a empresas privadas e não está sujeita ao dever de sigilo que impende sobre os funcionários públicos”
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