O líder parlamentar do PSD na Assembleia da República afirmou hoje, no debate com Sócrates, que os portugueses acreditam cada vez menos no governo socialista. Não sei. Macedo deve saber, e sabe, mais do que eu para afirmar o que afirma. Tenho as minhas dúvidas, muitas. Limito-me a olhar pragmaticamente para uma sondagem hoje divulgada pela SIC (na linha de outra anteontem publicada no DN de Lisboa) – e uma sondagem é uma sondagem, quer quando se a desvaloriza, quer quando a hiper-valorizamos pelo simples facto de nos ser favorável – para imediatamente duvidar de Macedo e questionar-me sobre se ele acredita no que diz. Porque, bem vistas as coisas, se os portugueses não acreditam, então como se explicam estes resultados?
Pior para o PSD do que para o PS – pois os social-democratas já tiveram 8 pontos de vantagem quando nem sequer se conheciam estas medidas – é um facto inegável que estas duas sondagens têm duas interpretações possíveis que, conjugadas, deveriam preocupar Passos Coelho e ajudam a perceber, na minha opinião, o que se passa:
- por um lado, os portugueses não sabem o que o PSD quer. As exigências de Passos Coelho são conhecidas, mas a partir daí nada mais. Que alternativas defende o PSD? Os portugueses, entre a aposta no vazio e na dúvida, e a “segurança de um governo que mesmo que os penalize com austeridade atrás de austeridade, tenta mostrar confiança e tem uma liderança forte, há que reconhecê-lo (e que vai ser difícil se bater em campanha eleitoral), parece que começam a ter receio das consequências de uma não aprovação do orçamento de estado, o que explica a arrogância com que Sócrates hoje recusou andar a”pedinchar” ao PSD entendimentos e a tentativa de aumentar o grau de dramatização, tentando associar a garantia de pagamento de salários à aprovação do orçamento ara o próximo ano;
- em segundo lugar, independentemente de se discutir se as sondagens são ou não manipuladas (sobretudo depois do “crash” que varreu as empresas portuguesas no ano eleitoral de 2009, e em que a suspeição de manipulação e de falta de rigor científico e os tiros na água, que oram mais que muitas), é um facto que o PSD perdeu terreno a favor do PS, numa conjuntura que à priori favoreceria mais o PSD que os socialistas.
Pior para o PSD do que para o PS – pois os social-democratas já tiveram 8 pontos de vantagem quando nem sequer se conheciam estas medidas – é um facto inegável que estas duas sondagens têm duas interpretações possíveis que, conjugadas, deveriam preocupar Passos Coelho e ajudam a perceber, na minha opinião, o que se passa:
- por um lado, os portugueses não sabem o que o PSD quer. As exigências de Passos Coelho são conhecidas, mas a partir daí nada mais. Que alternativas defende o PSD? Os portugueses, entre a aposta no vazio e na dúvida, e a “segurança de um governo que mesmo que os penalize com austeridade atrás de austeridade, tenta mostrar confiança e tem uma liderança forte, há que reconhecê-lo (e que vai ser difícil se bater em campanha eleitoral), parece que começam a ter receio das consequências de uma não aprovação do orçamento de estado, o que explica a arrogância com que Sócrates hoje recusou andar a”pedinchar” ao PSD entendimentos e a tentativa de aumentar o grau de dramatização, tentando associar a garantia de pagamento de salários à aprovação do orçamento ara o próximo ano;
- em segundo lugar, independentemente de se discutir se as sondagens são ou não manipuladas (sobretudo depois do “crash” que varreu as empresas portuguesas no ano eleitoral de 2009, e em que a suspeição de manipulação e de falta de rigor científico e os tiros na água, que oram mais que muitas), é um facto que o PSD perdeu terreno a favor do PS, numa conjuntura que à priori favoreceria mais o PSD que os socialistas.
Qual a explicação? Passos Coelho deve meditar e reflectir. Poderia adiantar algumas ideias, mas ele que o faça. Uma coisa é certa: por este caminho o PSD não ganha nada, não conquista a confiança e, pior do que tudo isso, pode estar a conduzir oi país para uma situação de absoluta idiotice, obrigando à realização de eleições que não gerarão nenhuma alternativa segura e com estabilidade política. Porque sondagens em tempo de vacas gordas são, quase sempre favoráveis ao poder, a quem é governo. Ora se o PSD bem numa conjuntura de crise como esta, que vai agravar-se, se afirma como alter nativa, que mais posso eu dizer? Por isso, pode o PSD insistir na teoria que os portugueses não confiam neste governo socialista, e seria bom que o fizesse. Mas não pode é esconder que pelos vistos, também não confiam nada no PSD, ou pelos menos confiam tanto o PSD como confiam no PS. UM caso claro em que, como diz o povo, “venha o diabo e escolha”. Julga o PSD que será alguma vez alternativa a continuar assim?! A alternativa é quando os portugueses precisam, não quando têm bolsos cheios ou não têm razão para protestar.
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