sexta-feira, outubro 15, 2010

Factos são factos

Há uma questão que é essencial esclarecer até para evitar mal-entendidos sem que eu retire uma vírgula ao que aqui escrevi: o que disse, e mantenho, é que, fazendo fé na notícia do Sol de hoje – foi nessa base que comentei – de que o PSD viabilizaria este orçamento de estado na sua actual versão, entendo, e mantenho, que Passos Coelho no mesmo dia em que fizer isso, terá que se demitir da liderança do partido pelo simples facto de que estaria com isso a trair as pessoas que nele confiaram. Pelos vistos cada vez menos, olhando s sondagens
Acontece que eu ainda acredito que PP mantenha o que disse. Não são os “mercados”, nem a “credibilidade” nem a “confiança” nem essas tretas todas que os socialistas andam a utilizar no discurso político dos últimos dias, que mandam em Portugal. No nosso país mandamos nós, ressalvando o facto de sermos cada vez mais instrumentos e jogos de interesses nos corredores cada vez mais obscuros da União Europeia e da multiplicidade de negociatas e de interesses que ali se cruzam.
Penso que se for para irmos ao fundo, já agora, com a recusa de um orçamento da treta, que penaliza até os mais carenciados e a classe media, ou se isso for deixado para o Verão quando tiverem que ser tomadas medidas de austeridade ainda mais severas, então o melhor é resolver tudo já, de uma só vez, gostem ou não os banqueiros queira ou não Cavaco Silva.
Só que surgiu um problema novo, nesta discussão mais recente, m problema que é velho para o PSD que tem a ver com a deficiente e continuada forma patética de como não gere a comunicação. Eu nem falo naquelas declarações “professorais” que as pessoas não entendem, porque o pais e os portugueses não acreditam nem em “iluminados” de pacotilha nem em “salvadores da pátria” feitos a pressão e surgidos não se sabe nem de onde, mas que temos todos a sensação que já por lá andaram no passado e pouco ou nada fizeram. ~
Falo da necessidade do PSD dar uma explicação às pessoas, de forma acessível mas perfeitamente indiscutível, sobre os motivos porque pensa como pensa e diz o que diz. Clarificando, por exemplo, porque não teme que o orçamento seja inviabilizado e desmontando, porque não o faz, o discurso de atemorização obsessiva das pessoas usado pelo PS e pelo governo socialista. Na ausência disso, parece-me claro que as sondagens dão um sinal inequívoco de que os portugueses estão a ficar atemorizados com o discurso habilmente usado por Sócrates – e seus apaniguados – e ainda hoje repetido no debate na Assembleia da República que assenta na teoria de que ou este orçamento ou o caos, a calamidade, com o céu a cair nas nossas cabeças. O primeiro-ministro hoje subiu a parada da dramatização e até já falou nos ordenados, associando-os são próprio orçamento para 2011.
Sobre a falta de maturidade e no que penso as sondagens escreverei no final da tarde, na certeza de que as minhas opiniões reflectidas neste espaço são pessoais e nada mais do que isso, não vinculando nem partidos nem pessoas para além da minha pessoa. Acredito ainda em P Coelho, confio que não ai ceder a pressões e a chantagens e que vai manter até ao final a coerência do seu discurso e as suas exigências que eu subscrevo. Se ceder sem negociação e sem que as suas ideias sejam satisfeitas, o melhor para o PSD é que se vá embora.

Sem comentários: