sexta-feira, outubro 22, 2010

Investigador alerta para perigo de derrocadas na Madeira, onde 10 ficaram desalojados

Segundo a SIC, "o especialista em catástrofes naturais da Universidade da Madeira, Domingos Rodrigues, diz que os madeirenses devem mudar o seu comportamento em situações atmosféricas adversas e alerta para o perigo de derrocadas quando parar a chuva na região. Dez pessoas foram realojadas até ao momento no Funchal, na sequência da chuva intensa que caiu ontem. "Do ponto de vista do processo físico, os madeirenses já estão a ficar demasiado habituados" a este tipo de situações, comentou Domingos Rodrigues, em declarações à agência Lusa. Domingos Rodrigues referiu que, no último ano, esta foi a quarta vez em que ocorrem problemas causados pela intensa chuva que caiu na Madeira, provocando inundações, derrocadas, encerramento de estradas e escolas, pelo que "não constitui novidade, é uma consequência de precipitações bastante acentuadas e concentradas no tempo". Domingos Rodrigues alertou ainda para os perigos das derrocadas nos próximos dias na região, explicando que, "mesmo que amanhã brilhe o sol e não esteja a chover, a água continua a circular e tem vários efeitos nos taludes e continua a exercer força sobre os maciços rochosos". A forte chuva provocou, ontem, várias inundações em casas, estabelecimentos, escolas, o encerramento de diversas estradas, derrocadas, tendo alguns cursos de água transbordado e o caudal das ribeiras subido. Este cenário fez reavivar a memória do que aconteceu a 20 de fevereiro, quando a tragédia provocou 44 mortos, cinco desaparecidos e 600 desalojados e prejuízos materiais avaliados em 1080 milhões de euros.
Nunca deslocar-se durante o mau tempo
O especialista sustenta que a mensagem a transmitir às pessoas é que nestas situações e momentos críticos "têm de mudar o comportamento, ficar mais calmas e tomar decisões mais racionais", o que passa por não andarem a deslocar-se, devendo ficar em casa ou nos locais de trabalho. Domingos Rodrigues destaca que "o mais importante não é tanto o fenómeno em si, porque já são mais ou menos habituais e as pessoas até sabem o que vai acontecer - inundações, linhas de água a transbordar -, mas que mudem efetivamente o seu comportamento e não arrisquem nos momentos de maior precipitação, não entrem em pânico, deixem-se ficar onde estão e não circulem". Adianta que quando as pessoas se movimentam "expõem-se ao perigo, podem ficar sujeitas a não se poderem movimentar por causa dos engarrafamentos e agravam a missão das forças de segurança". Para Domingo Rodrigues, "a palavra de ordem é não se deslocarem, porque se estão a expor ao perigo e a criarem dificuldades desnecessárias".
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