segunda-feira, outubro 11, 2010

Doentes pagam mais 300 milhões

Diz o Correio da Manhã que "efeitos da redução das ajudas do SNS começam já a fazer sentir-se nos últimos três meses do ano, com os portugueses a pagarem mais 76 milhões. As alterações na comparticipação dos medicamentos vão obrigar os portugueses a pagarem mais 300 milhões de euros em 2011. O aumento da factura vai sentir-se já, com os doentes a pagarem mais 76,3 milhões de euros entre Outubro e Dezembro. As contas foram feitas por João Cordeiro, presidente da Associação Nacional das Farmácias (ANF), que as apresentou ontem aos deputados na Assembleia da República. Ao que o CM apurou, o aumento dos custos com os medicamentos poderá ser ainda maior. Isto porque a despesa de 300 milhões, por ano, refere-se apenas à compra dos medicamentos comparticipados pelo Serviço Nacional de Saúde (SNS) que baixaram do escalão do B (69 por cento) para o C (37 por cento). Fora das contas da associação das farmácias estão todos os outros remédios que também sofreram cortes na comparticipação do SNS. As pessoas mais afectadas por estes cortes são os doentes que precisam de medicamentos antiácidos, antiulcerosos e anti-inflamatórios, para tratamento de problemas gastrointestinais, reumáticos e dores, entre outros. "As medidas são avassaladoras para os utentes do SNS. Isto é insustentável", considerou João Cordeiro. Segundo o responsável, a facturação com medicamentos do SNS aumentou 68,5 milhões de euros. Apesar desse aumento, o SNS "diminuiu em 29,3 milhões de euros os encargos com os utentes, entre Janeiro e Maio, comparando com período homólogo". Os medicamentos gratuitos – comparticipados a 100% – para os pensionistas mais pobres (regime especial) custaram ao SNS, de Junho de 2009 a Maio de 2010, 74,1 milhões de euros. João Cordeiro critica ainda a existência da Autoridade Nacional do Medicamento (Infarmed). "Não percebo a necessidade do Infarmed, quando temos uma agência europeia [EMA] que é quem decide a entrada ou retirada de medicamentos do mercado. Uma estrutura daquelas, com 300 funcionários, é desnecessária", disse. O CM pediu esclarecimentos ao Ministério da Saúde, que se escusou a fazê-lo”.

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