Sócrates e o pretexto? Convite oficial resolve
Li hoje no DN do Funchal que "José Sócrates pretende visitar a Madeira este ano. Apesar de ainda não ter data marcada, a visita deve acontecer em breve, provavelmente ainda durante este primeiro semestre, apurou o DIÁRIO, em Lisboa. A questão que se coloca é a razão da visita. Sabe-se que politicamente interessa ao primeiro-ministro visitar a Região quanto antes, já que a Madeira é um dos poucos locais do País que ainda não recebeu o chefe do Governo. No entanto, não há neste momento nenhuma razão oficial que o justique. Embora seja evidente que o primeiro-ministro não precisa de convite para se deslocar a qualquer parte do território nacional, a verdade é que Sócrates estará mais inclinado a voltar à Região na qualidade de secretário-geral, tal como fez no ano passado, quando veio à Madeira apresentar a sua moção para o congresso nacional do PS. Os rumores da visita do primeiro-ministro chegaram à Madeira nos últimos dias e foi levantada a hipótese de a viagem acontecer em simultâneo com Cavaco Silva, em Abril, onde estariam presentes na inauguração de uma unidade hoteleira (ver texto abaixo). No entanto, esta informação foi desmentida pelo gabinete de José Sócrates. "O primeiro-ministro nunca se desloca a um local ao mesmo tempo que o Presidente da República (PR), a não ser em casos concretos, como, por exemplo, na Cimeira Ibero-Americana", justificou o gabinete. E prossegue: "Na altura que o PR vai à Madeira, é provável que o primeiro-ministro esteja fora do país". A minha opinião, mesmo correndo o risco de ficar, uma vez mais isolado, é a de que se o problema é um pretexto para uma deslocação à Madeira, então porque motivo o próprio Presidente do Governo Regional não formaliza um convite oficial ao primeiro-ministro a visitar a Região, conhecendo então a realidade regional a todos os níveis e contactando quem entender. Eu sou muito pragmático e particularmente em política: se há realmente uma intenção, e admito que sim, de normalização das relações institucionais entre a Região e o Estado, se a Madeira precisa de convencer o actual governo socialista dos seus argumentos, razões e das suas necessidades, então que mal tem a formalização desse convIte oficial para uma visita à Madeira, obviamente depois da deslocação do Presidente da República porque se fosse antes, protocolarmente ficaria mal?
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