Itália: mais eleições...

A Itália é isto mesmo: Romano Prodi foi obrigado a pedir a demissão, depois de lhe ter sido retirado o voto de confiança pelo Senado. A moção de confiança que o Governo italiano pediu ao Senado foi rejeitada, numa votação em que 161 senadores se manifestaram contra e 156 a favor. Coube ao Presidente da República italiano decidir, após consulta aos partidos, por eleições gerais imediatas ou pela formação de um governo de transição durante alguns meses. A derrota do primeiro-ministro já era dada como certa pela imprensa, que calculava ser muito difícil a conquista da maioria dos votos, depois da saída do pequeno partido democrata-cristão Udeur, que garantia ao governo a vantagem de um voto na Câmara alta. O governo de Prodi esteve no poder apenas durante 20 meses. O ex-primeiro-ministro, Sílvio Berlusconi - líder do maior partido italiano, Forza Itália - é quem está melhor colocado para ganhar, caso sejam convocadas eleições antecipadas. Nas ruas de Roma, por exemplo - e eu próprio o constatei - estavam montadas bancas de recolha de assinatura em praticamente as principais grandes esquinas da cidade a favor de eleições antecipadas e a direita mobilizou-se na distribuição de cartazes pela cidade apelando a essa opção, numa altura em que ainda se pensou que poderia ser encontrada uma solução política. Curiosamente esta crise política ocorre em Itália numa altura marcada também pela morte de Berlusconi, assunto que a comunicação social local deu destaque pelo facto da senhora, com mais de 90 anos, ter sido detereminante na vida do político e empresário italiano. Agora as eleições deverão ser confirmadas para 13 de Abril e lá está outra vez Berlusconi...