
A revista Time publicou excertos do livro na sua página na Internet. O livro foi compilado e editado pelo reverendo Brian Kolodiejchuk, um dos defensores da sua canonização. O conteúdo das cartas não deve afectar a campanha pela santificação, já que muitos santos na história da Igreja eram perturbados por dúvidas em relação a sua fé, a começar por são Tomé, que duvidou que Jesus tinha ressuscitado. Além disso, de acordo com a Bíblia, o próprio Jesus questionou Deus, ao perguntar, na cruz: «Pai, por que me abandonaste?». Mesmo assim, as cartas são um contraste à imagem pública de madre Teresa de incansável lutadora pelos pobres, movida sempre pela fé. «Nunca li a história da vida de um santo que tivesse uma sobriedade espiritual tão intensa. Ninguém sabia que ela estava tão atormentada», disse o reverendo James Martin, editor da revista jesuíta America. Os textos tratam de vários assuntos, mas os que devem causar mais polémica são os que constam do que a editora chamou «cartas sombrias». «Por favor reze especialmente por mim para que eu não estrague a Sua obra e que Nossa Senhor possa mostrar-se, pois há uma escuridão tão terrível dentro de mim, como se tudo estivesse morrido», escreveu ela em 1953. «Tem sido assim mais ou menos desde que dei início à 'obra'». Em 1956: «Tão profunda ânsia por Deus - e (...) repulsa (...) vazio (...) sem fé (...) sem amor (...) sem fervor. (Salvar) almas não atrai - O céu não significa nada - reze por mim para que eu continue a sorrir para Ele apesar de tudo». E em 1959: «Se não houver Deus, não pode haver alma, se não houver alma, então, Jesus também não é real». Às vezes ela tinha dificuldade em rezar. «Digo palavras de orações comunitárias e faço de tudo para tirar de cada palavra a doçura que ela tem de transmitir mas minha oração de união já não existe (...) não rezo mais». (fonte: Sol)
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