A companhia aérea está a desenhar um plano para fazer face aos constrangimentos provocados pelo controlo de tráfego aéreo e o elevado número de licenças de parentalidade no pessoal de voo. A TAP está a elaborar um plano para fazer face às dificuldades operacionais que espera para os próximos meses, em particular no Natal. O plano, que ainda está a ser terminado, deverá passar pela mudança de horários e dias dos voos, afirmou o administrador financeiro da companhia, Gonçalo Pires. “Vão ser três meses decisivos onde nos vamos deparar com problemas operacionais”, disse o chief financial officer da TAP, em declarações à Rádio Observador, perspetivando o último trimestre. “Dadas as restrições que temos, não só das licenças de parentalidade, mas também dos desenvolvimentos tecnológicos dos operadores de tráfego quer em Portugal quer em França, estamos a reequacionar a operação e anunciaremos um plano que proteja a operação e os clientes“, afirmou o responsável. A análise ainda está em curso, mas Gonçalo Pires admite que o plano “provavelmente implicará a redução do número de voos”. “Podemos estar a falar de trocas de horários ou de dias”, precisou, garantindo que será “tudo atempadamente planeado, anunciado e comunicado”.
Em entrevista ao Jornal de Negócios, a CEO da TAP diz que “é impossível gerir como devia com 300 tripulantes de licença no Natal” e reconhece que será necessário eliminar voos. “Ainda não temos o número final dos cancelamentos, mas terão certamente um impacto nas receitas”, afirmou. O administrador financeiro afirmou que o absentismo “é um tema que, infelizmente, é recorrente”, mas que a TAP tenta “proteger a operação o mais possível durante todo o ano, mas especialmente em períodos críticos como o Natal”.
TAP vai voltar a ter capitais próprios
positivos
A companhia aérea anunciou ontem que conseguiu um lucro de 111 milhões de lucro no terceiro trimestre, um desempenho que permitiu encolher para 91 milhões o prejuízo nos primeiros nove meses do ano. A TAP obteve o melhor resultado operacional de sempre entre janeiro e setembro (154 milhões), mas os elevados encargos financeiros continuam a pesar. “Teremos sempre dificuldades em apresentar resultados positivos enquanto não começarmos um processo de desalavancagem”, apontou o chief financial officer à Rádio Observador. “É crítico termos melhores margens operacionais para termos capacidade para reduzir a dívida e apresentar bons resultados no futuro”, afirmou.
A companhia aérea vai finalmente passar a ter capitais próprios positivos após a injeção de mais 990 milhões de euros pelo Estado, prevista para o final do ano. “Esta injeção de capital tem o objetivo de reequilibrar a situação de capital da empresa e reforçar a liquidez para conseguir a sustentabilidade financeira da TAP”, realçou Gonçalo Pires. Questionado sobre se a companhia aérea poderá vir a pagar dividendos, o administrador afirmou que “o estado reaverá dinheiro se houver monetização numa abertura de capital”. Sobre o processo de reprivatização garantiu que “nada começou, nem nada foi pedido”, pelo Governo, acrescentando que a companhia colaborará no processo quando for solicitada para isso (ECO digital)
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