terça-feira, maio 24, 2022

40% dos portugueses não tem capacidade financeira ou poupanças para enfrentar um agravamento da crise, aponta DECO Proteste

Dados revelados esta terça-feira, dia 24 de maio, pela associação de defesa do consumidor, apontam que, apesar de 73% dos portugueses serem favoráveis às sanções contra a Rússia e à sua manutenção, 40% apontam que não têm margem financeira para fazer frente a uma crise agravada. Um estudo conduzido pela DECO Proteste, em maio, avança que sete em cada de portugueses estão a favor das sanções da União Europeia contra a Rússia, e que três quartos dos 1.051 participantes aponta que a guerra na Ucrânia tem afetado, pelo menos parcialmente, a sua qualidade de vida. Cerca de 73% admite que os seus hábitos de consumo. Face aos aumentos do custo de vida, a população está a adotar comportamentos de consumo mais comedidos, procurando abdicar de despesas que considerem ser supérfluas, incluindo as atividades sociais, culturais e de lazer, bem como a compra de roupa.

A alimentação é um dos segmentos de consumo mais afetados pelos aumentos dos preços, com 53% dos portugueses a dizerem que escolhem comprar produtos de marcas mais baratas e com 40% a afirma que estão a optar por reduzir os gastos com produtos alimentares não essenciais, como o álcool, doces e salgados. O estudo aponta ainda que a população diz estar a procurar reduzir os consumos energéticos em casa, a usar o carro com menor frequência e, quando usam, a tentar fazer uma condução mais económica.

Na área da Saúde é onde os portugueses estão menos dispostos a cortar, com adiamentos e cancelamentos de consultas e tratamentos “num moderado número de situações”, explica a associação em comunicado. Sobre a Educação, as respostas mostram que 10% dos portugueses reconhece ter hoje mais dificuldades em pagar as despesas de educação dos filhos.

Ainda que percebam que a guerra na Ucrânia tenha impulsionado a subida dos preços, 87% considera que muitos aumentos não têm relação com o conflito. Quanto ao futuro, a incerteza paira sobre uma população em que 75% dos portugueses receia que a guerra adquira contornos nucleares (Executive Digest texto do jornalista Filipe Pimentel Rações)

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