Portugal é um dos
países europeus com salários mais baixos onde a progressão salarial é
penalizada de forma mais agressiva pela carga fiscal. Segundo dados da OCDE
para 2024, entre os países europeus com salário médio abaixo dos 25 mil €
anuais (em paridade de poder de compra, a preços de Portugal), Portugal é o
segundo que mais agrava fiscalmente a transição do salário médio para o dobro —
com um aumento de 7,4 pontos percentuais na carga fiscal total (IRS +
contribuições sociais do trabalhador e empregador).
Para um trabalhador com salário médio (1.572€ mensais), a carga fiscal total (IRS + TSU do trabalhador e empregador) é de 39,4%. Para quem recebe o dobro, a carga fiscal sobe para 46,8%. Neste “campeonato”, apenas a Grécia penaliza mais a progressão salarial (+7,9 pontos percentuais entre o salário médio e o seu dobro), sendo que na Eslováquia, Chéquia, Letónia, Estónia e Hungria este diferencial não ultrapassa os 3 pontos percentuais.
É verdade que existem vários países com salários médios mais elevados que penalizam mais do que Portugal as progressões salariais, no entanto, não se devem misturar as duas realidades. É muito diferente, e tem um impacto muito distinto na vida dos trabalhadores, taxar significativamente mais a partir do salário médio quando esse salário médio já é bastante elevado, ou quando o salário médio é baixo (caso português). Mas, também há exemplos de países com salários médios bastante elevados onde a penalização fiscal, ao passar do salário médio para o seu dobro, fica bastante abaixo de Portugal, como são os casos da Alemanha e da Áustria (diferencial de 0,8 e 1,6 pontos percentuais, respetivamente, entre a taxação do salário médio e do dobro do salário médio) (Mais Liberdade, Mais Factos)
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