quinta-feira, fevereiro 06, 2025

Miguel Arruda já indicou nomes para o gabinete parlamentar, o que significa que não vai renunciar como deputado

Um dos escolhidos por Miguel Arruda para o gabinete parlamentar é militante do Chega e fez parte da lista ao Conselho Nacional de Israel Pontes, que integra uma corrente crítica de Ventura. O deputado eleito pelo Chega (CH) e agora não inscrito, Miguel Arruda, durante a sessão plenária na Assembleia da República, em Lisboa, 24 de janeiro de 2025. Miguel Arruda é suspeito de ter furtado malas dos aeroportos de Lisboa e Ponta Delgada. Miguel Arruda, deputado não-inscrito eleito pelo Chega, vai mesmo regressar à Assembleia da República e já indicou os dois nomes que vão fazer parte do gabinete parlamentar a que tem direito por ter saído da bancada do partido liderado por André Ventura. De acordo com os despachos de nomeação de funcionários a que o Observador teve acesso, Miguel Arruda escolheu Pedro Alexandre de Magalhães Moura e Cátia Alexandra Paulos Teixeira para secretários do gabinete como deputado não-inscrito, com efeitos a partir do dia 4 de fevereiro de 2025, inclusive. Desta forma, os dois trabalhadores do gabinete de Arruda começaram a prestar serviços esta terça-feira, numa altura em que o deputado ainda está de baixa psiquiátrica. O Observador sabe que essa justificação médica foi assinada pelo médico a 28 de janeiro, pelo que os dez dias acabam esta quinta-feira, 6 de fevereiro.

No gabinete de Miguel Arruda vai trabalhar Pedro Alexandre de Magalhães Moura, militante do Chega, que foi delegado à VI Convenção do partido, em Viana do Castelo, e fazia parte da lista ao Conselho Nacional encabeçada por Israel Pontes — que chegou a queixar-se de pressões sobre elementos da sua candidatura para saírem da corrida, apontando até para a existência de desistências por “medo e coação” — e que faz parte de uma linha muita crítica da direção de André Ventura. Fonte próxima do processo confirma ao Observador que Cátia Alexandra Paulos Teixeira não é militante do Chega, mas também é simpatizante e próxima do partido.

A continuidade de Miguel Arruda como deputado não-inscrito — depois de se desvincular do Chega na sequência do caso das malas — vai custar mais de 74,4 mil euros anuais aos cofres da Assembleia da República. No total, mesmo descontando os apoios à deslocação para a Região Autónoma dos Açores, o deputado vai custar quase 140 mil euros anuais, entre o seu salário e as necessidades do novo staff a que tem direito. Além disso, como deputado não-inscrito, Miguel Arruda vai também ter tempos próprios nas grelhas, não deverá ficar longe do Chega no hemiciclo (ao contrário do que o partido desejava e insistiu) e pode estar 30 dias de baixa sem ser substituído das funções — depois disso, a lei é omissa. Até agora já está a terminar um período de 10 dias (Observador)

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