A Força Madeira é uma coligação constituída pelo PTP, RIR e MPT. Tanto PTP como o MPT já foram parceiros de coligações com o PS, para regionais e autárquicas, mas essa aposta não lhes correu politicamente bem. O RIR liderado por uma profissional de enfermagem é um partido relativamente recente no xadrez político regional. Tanto ele como o MPT, apostam a a sua visibilidade na liderança e no aproveitamento do espaço mediático.
Esta
coligação é uma aposta inteligente de Raquel Coelho, com experiência política suficiente para perceber
que o PTP, sozinho, dificilmente regressaria ao parlamento. Ora escolhendo
partidos que se encontram na mesma condição do PTP - e contando com eventuais
desgastes eleitorais em partidos da esquerda, casos do PCP, com um discurso
algo repetitivo e ultrapassado e sem renovação de protagonistas, e do Bloco de
Esquerda a braços com um potencial impacto negativo resultante das medidas
administrativas polémicas internas - julgo que Raquel Coelho tem todas as
possibilidades, caso os 3 partidos da coligação mantenham as suas votações, de
eleger um deputado - grande objectivo desta coligação. Ou mais até...
E basta olhar para os números:
- 2015
- RIR não existia e tanto o PTP como o MPT concorreram coligados ao PS na
coligação fracassada liderada por Vitor Freitas.
- 2019
- RIR obteve 1.739 votos, 1,2%, mais do que os 1.426 votos e 1% do PTP. O MPT
ficou-se pelos 506 votos, 0,4%. Estamos a falar de 3.671 votos. O PCP elegeu um
deputado com 2.577 votos e o Bloco com 2.489 votos não elegeu nenhum representante. A coligação neste caso,
com este somatório, elegeria um deputado, mas a verdade é que o RIR nunca mais
repetiu aquela votação-surpresa de 2019
- 2023
- O RIR desceu para 727 votos, 0,5%, o PTP totalizou 1.369 votos, 1% e o MPT
totalizou 696 votos, 0,5%. Total de 2.792 votos. Bloco de Esquerda e PAN
elegeram 1 deputado cada qual com mais de 3.000 votos!
- 2024 - finalmente nas últimas regionais o RIR teve 527 votos, 0,4% contra 1.222 votos e 0,9% do PTP e 577 votos e 0,4% do MPT. Um total de 2.326 votos que na realidade foram o pior valor desde 2019, o que não deixa de constituir um aviso para os partidos desta coligação. Até porque o PAN com 2.531 votos elegeu um deputado! Uma diferença de 205 votos!
Esta
realidade reforça a minha convicção de que, juntando as eventuais mais-valias
por perdas eleitorais do PCP e do Bloco - caso se confirmem - a coligação,
mantendo a votação nos 2.300/2.500 votos - somatório dos 3 partidos - pode
eleger 1 ou mesmo 2 deputados o que lhe daria um grupo parlamentar que, a
acontecer, constituiria uma clara vitória pessoal de Raquel Coelho, sem dúvida
o rosto desta nova coligação (LFM)
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