sábado, fevereiro 12, 2022

Nota: uma recomendação à coligação PSD-CDS, mesmo que seja como chover no molhado

Cábula pessoal...

Tenho uma recomendação a fazer à coligação PSD-CDS no poder regional, antes que seja tarde, antes que se multipliquem recados de um lado para outro, antes que isto descambe como começam a indiciar alguns factos.

Recomendo ao PSD e CDS que promovam rapidamente uma reunião política conjunta e fechada (da qual resultará apenas um comunicado final conjunto), sem o mediatismo idiota e tonto que tem sido o coveiro do PSD - e estou-me nas tintas para os Congressos regionais partidários que num contexto regional e do interesse e estabilidade da RAM são palhaçadas mediatizadas montadas para tentar enganar as pessoas, mas que na prática valem ZERO - que se sentem um dia todo à volta de uma mesa, analisem os prós e os contras da governação regional, tentem perceber por que estão a perder votos e apoio social, façam um balanço à acção governativa, identifiquem pontos fortes e fraquezas de cada partido, de cada departamento governamental, da coligação em geral, acordem nas mudanças que tiverem que ser feitas desde que representem uma mais-valia - será que alguém consegue adaptar o modelo de uma análise swat à governação regional depois do 30 de Janeiro?

Façam isso antes que seja tarde demais, repensem o lado mais patético e acomodado e incompetente da política comunicacional institucional, que tantas vezes confunde o direito à informação e o dever  de informação com celeridade e objectividade com a promoção de pessoas, incluindo fragilizadas aos olhos da opinião pública, sejam corajosos e assumam que politicamente o GRM ficou mais fraco com a saída de Pedro Calado, etc. A isto acresce a ideia, cada vez mais generalizada, de que há sectores governativos cuja tutela já deu o que tinha a dar e que se transformaram apenas em gestores de agenda. Parece faltar dinâmica, uma nova forma de estar junto das pessoas, se saber comunicar com elas

Uma reunião que precisa de sinceridade, de coragem em saber ouvir e em saber dizer as coisas que devem ser ditas. Esqueçam os "bons conselhos" que não passam de rasteiras, que estão deslocados no tempo e da realidade política, que insistem no radicalismo que passou de moda e nada trás aos madeirenses e à Madeira que começam a estar fartos de tanto barulho para nada de concreto. Há ameaças perigosas e negras no horizonte, na economia, nas finanças, nalguns sectores sociais, etc. Há prioridades que politicamente precisam ser repensadas e escaladas em função do que mais nos interessa neste momento. Há que preparar esses tempos na certeza de que o que se passou a 30 de Janeiro representa um desafio novo, que deixou avisos concretos, ainda por cima com o um PSD fragilizado na Assembleia da República e pateticamente atolhado nas suas contradições e caganças históricas próprias de um museu, e um CDS que por culpa próprio levou um xuto do parlamento ao qual muito dificilmente vai regressar, mesmo que sonhe com isso. 

O próprio Marcelo com o seu acomodamento situacionista, vale cada vez menos e num contexto político-parlamentar profundamente alterado e de maioria absoluta, ele será cada vez mais uma rainha de Inglaterra insignificante por muito faladora que ela seja. O novo governo está-se nas tintas para MRS que perdeu espaço político de presença e de movimentação e pressão. Isso de recorrerem (a RAM) a MRS para resolver (?) problemas, passou à história. Ele nunca ousará afrontar o governo socialista de Costa por causa das ilhas e da Madeira em especial. Não duvidem disso. Aliás, talvez não fosse descabido reler os pareceres por ele emitidos ao longo de anos sobre a questão autonómica em geral e o relacionamento com Lisboa em particular, e comparar com o que, depois, aconteceu...

Não podemos tolerar que uma coligação a dois, queira passar por entre os pingos-da-chuva, quando tanta coisa mudou e tanta coisa pode ainda mudar se persistirem neste caminho de cegueira e apenas de luta pela sobrevivência.

Façam uma redefinição de prioridades, estabeleçam critérios de acção, definam quais as prioridades entre as prioridades, até final do mandato, estabeleçam um plano A, B, C, os que forem precisos, face a uma nova realidade política, parlamentar e e governativa no Continente que não se compadece com a manutenção do discurso radicalizado e do queixinhas - que apenas tem tirado votos aos dois partidos - expliquem às pessoas os motivos das prioridades (dossiers pendentes com Lisboa) escolhidas, e porque são delas importantes para a Região.

Relativamente à componente parlamentar nacional e regional - áreas que precisam ser adaptadas a uma nova realidade e a um novo contexto político nacional, sem que isso signifique submissão ou silêncio, mas apenas a uma nova forma de reivindicar e defender os seus pontos de vista, também pode e deve ser discutida nesse contexto da cimeira política da coligação PSD-CDS.

Finalmente, mais importante de tudo: que espécie de dialogo querem com Lisboa, que tipo de discurso vai ser adoptado em Lisboa, que pontes de contacto podem ser construídas e junto de que entidades - tudo isso longe da ribalta mediática que tantos gostam e que diariamente alimentam junto dos média e que depois negam ser eles os autores da "bufaria" - quem podem ser e como os protagonistas desse diálogo que com um governo de Lisboa, conforme anúncio de Costa, será mais centralizado e mais reduzido ficará mais facilitado.

Enfim, eu tenho a sensação de que isto é chover no molhado, por que há um pedantismo autoconvencido e elitista que se considera o dono da verdade absoluta e o únicos conhecedor da política, que insistem na estratégias dois remendos para tapar as feridas, que confunde uma gripe com uma situação coronária grave, que insiste em esconder informação como se com isso enganasse as pessoas, etc. Mesmo levando porrada desde 2015, eles acham que estão no caminho certo. Rumo à derrota?

2023 está ao virar da esquina, comecem a trabalhar a sério, politicamente falando (LFM)

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