quarta-feira, fevereiro 02, 2022

Nota: GRM precisa de mais gás político antes que seja tarde

Eu não sei se será antes se depois dos congressos regionais (o do PSD-Madeira é em Março o outro não me interessa) mas parece-me mais do que evidente - mesmo tendo ganho as legislativas com um resultado que para além da perda de votos, deixou perigosos sinais da uma potencial queda da maioria absoluta da coligação em 2023, se nada for feito enquanto é tempo - que o GRM precisa de uma nova dinâmica política e de reforçar a sua componente política.

Com a saída de Pedro Calado, e ao contrário do que possam pensar, o GRM ficou mais fragilizado (a ideia era essa, para evitar protagonismos excessivos?), apesar de ter resolvido o problema das finanças. A questão é que Pedro Calado era o número dois do GRM com uma tutela alargadíssima em várias áreas governativas, sendo mais do que evidente que era na altura da sua saída era a personalidade com mais presença mediática e mais conhecida, algo que inclusivamente lhe facilitou a vida na corrida para a conquista da edilidade funchalense.

Alberto João Jardim, num outro contexto político, parlamentar e eleitoral, chamava a si esse protagonismo, "secando" tudo a volta e mesmo com João Cunha e Silva em número dois, a verdade é que se percebia, todos percebiam, que aquilo tudo funcionava com rédea curta, porque dependentes apenas de AJJ. Quando essa situação se alterou, quando politicamente se foi verificando que AJJ ia ficando mais fragilizado - e foram as regionais de 2011 a dar um primeiro sinal em continuação ao que já tinha ocorrido nas legislativas desse ano - percebeu-se que a mudança seria inevitável. AJJ sem foi avesso a remodelações governamentais - fez apenas algumas escassas mudanças durante a legislatura - porque a governação regional centrava-se na sua figura e numa confortável base de apoio parlamentar. O que acontece hoje com o PSD-M é substancialmente diferente. Os números falam por si, há uma maioria parlamentar de apenas 1 deputado e em coligação, há uma perda de votos evidente. 

Acresce, é essa a minha opinião, que se nota alguma falta de política no exercício da governação que não é um acto de porreirismo cinzentista, estamos a falar de um programa de governo a ser executado, venham as pressões locais  de onde vierem, nota-se ainda uma espécie de acomodamento e algum desajustamento entre alguns governantes que parecem distantes das exigências do cargo. Ser membro do GRM não é propriamente ser um quadro da função pública. É mais do que isso, há mais exigências, mais obrigações políticas, etc (LFM)

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