O estudo de uma das mais prestigiadas instituições
internacionais deixa o alerta: "não é possível prever com exatidão o
número de casos ou a mortalidade do coronavírus em nenhum país do mundo. Isso
só será possível retrospetivamente". Ainda assim, apresenta simulações
para todos os 202 países - e as únicas conhecidas para Portugal, porque o
Ministério da Saúde nunca divulgou os seus modelos. No caso nacional, o cenário
mais otimista aponta para 698.261 infetados e 3.816 mortos. Se esta simulação
se verificar haverá, no pico da pandemia, 1.365 doentes em estado crítico em
simultâneo. "Parece-me que este cenário está dentro daquilo que é
realista", defende o infecciologista Jaime Nina. Por outro lado, se nada
tivesse sido feito, o número de portugueses infetados seria superior a 8,6
milhões de pessoas, o equivalente a 85% da população portuguesa; haveria, além
disso, mais de 100 mil mortos e 440 mil doentes a precisar de internamento,
quase um terço em estado crítico.
"Essa previsão de infetados na ausência
de qualquer controlo é correcta, a matemática da dinâmica de um vírus com as
características deste está descrita na literatura há muitos anos", explica
o infecciologista Manuel Carmo Gomes, que acredita que pelo menos 80% da
população podia ser contaminada. "São contas simples. E quem não
acreditasse em mim, podia ouvir a Sra. Merkl dizer que 70% dos alemães podiam
ser infetados", defende. Números mundiais com ausência total de medidas?
Sete biliões de infetados e 40 milhões de mortos. De acordo com o mesmo estudo, o mundo terá
que se preparar para um ano e meio de isolamento - mesmo que de vez em quando
as medidas sejam aliviadas e que alguns de nós pudessem sair à rua. Que regras
podiam ser seguidas? E não há mesmo alternativa? Foi isso que tentámos perceber
com o estudo do Imperial College e com infecciologistas portugueses (Sabado)
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