quinta-feira, abril 09, 2020

Coronavírus: Portugal pode chegar aos 4 mil mortos

O estudo de uma das mais prestigiadas instituições internacionais deixa o alerta: "não é possível prever com exatidão o número de casos ou a mortalidade do coronavírus em nenhum país do mundo. Isso só será possível retrospetivamente". Ainda assim, apresenta simulações para todos os 202 países - e as únicas conhecidas para Portugal, porque o Ministério da Saúde nunca divulgou os seus modelos. No caso nacional, o cenário mais otimista aponta para 698.261 infetados e 3.816 mortos. Se esta simulação se verificar haverá, no pico da pandemia, 1.365 doentes em estado crítico em simultâneo. "Parece-me que este cenário está dentro daquilo que é realista", defende o infecciologista Jaime Nina. Por outro lado, se nada tivesse sido feito, o número de portugueses infetados seria superior a 8,6 milhões de pessoas, o equivalente a 85% da população portuguesa; haveria, além disso, mais de 100 mil mortos e 440 mil doentes a precisar de internamento, quase um terço em estado crítico.
"Essa previsão de infetados na ausência de qualquer controlo é correcta, a matemática da dinâmica de um vírus com as características deste está descrita na literatura há muitos anos", explica o infecciologista Manuel Carmo Gomes, que acredita que pelo menos 80% da população podia ser contaminada. "São contas simples. E quem não acreditasse em mim, podia ouvir a Sra. Merkl dizer que 70% dos alemães podiam ser infetados", defende. Números mundiais com ausência total de medidas? Sete biliões de infetados e 40 milhões de mortos.  De acordo com o mesmo estudo, o mundo terá que se preparar para um ano e meio de isolamento - mesmo que de vez em quando as medidas sejam aliviadas e que alguns de nós pudessem sair à rua. Que regras podiam ser seguidas? E não há mesmo alternativa? Foi isso que tentámos perceber com o estudo do Imperial College e com infecciologistas portugueses (Sabado)

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