A Caixa executou agora uma dívida de 2,9 milhões de
euros de Berardo em Tribunal, que se refere a uma garantia prestada no âmbito
do crédito para a compra de acções, que há muito foi executado e cujas
imparidades foram então registadas. A CGD há largos anos que vendeu as acções
do BCP que serviam de garantia aos empréstimos do empresário madeirense, e que
em 2011 somavam mais de 300 milhões. A CGD já vendeu, há anos, todas as acções
do BCP que estavam penhoradas por conta dos empréstimos concedidos a Joe
Berardo para a compra de acções do banco. Os últimos registos dão conta de a
venda ter sido feita em 2012. Na altura a CGD registou as imparidades adequadas
aos empréstimos a Joe Berardo.
A CGD na altura executou a dívida de Berardo e ficou
com os títulos do BCP que tratou de vender no mercado. O empresário madeirense
tinha dado também como garantia outros activos, tais como quintas. Em 2011 o
banco do Estado tinha começado a desfazer-se das acções do BCP, naquela altura
a preços a rondar os 20 cêntimos por acção. A Caixa Geral de Depósitos tinha então um
"buraco" da ordem dos 300 milhões de euros resultante dos
financiamentos dados à fundação de Joe Berardo e a empresas ligadas ao
investidor. Pois o valor do crédito era de cerca de 360 milhões de euros e o
valor em risco (imparidade) era de aproximadamente 300 milhões de euros. Isto,
porque as garantias reais entregues por Berardo à CGD estavam avaliadas, então,
em apenas cerca de 60 milhões. O
empresário madeirense tinha comprado as acções a valores de 2007, altura em que
a cotação do BCP superava os 3 euros por acção. Em Junho de 2007 o BCP chegou a
valer 3,7974 euros (valor ajustado a aumentos de capital posteriores). Naquela
altura, recorde-se, o banco estava num processo de conflito aberto de
accionistas pelo controlo da gestão (então liderada por Paulo Teixeira Pinto).
Um batalha pela expulsão dos fundadores na pessoa de Jardim Gonçalves. Nesse
Verão, marcado por assembleias gerais conflituosas e muito mediatizadas, o BCP
chegou a valer em bolsa 17,8 mil milhões de euros. Ontem a Caixa Geral de
Depósitos entrou com uma acção de execução contra o empresário José Manuel
Berardo, exigindo-lhe cerca de 2,9 milhões de euros. O que em nada se compara
aos mais de 300 milhões de euros de dívida (antes de 2011 chegou a falar-se em
500 milhões de crédito a Berardo para comprar as acções do BCP). De acordo com
a informação publicada no portal de Justiça Citius este processo actual deu
entrada a 30 de Agosto na Comarca do Funchal e o banco público pede que seja
executado um valor de 2,87 milhões de euros. A notícia desta acção na Justiça a
pedir a execução do empresário madeirense conhecido por Joe Berardo foi dada,
esta quinta-feira, pelo Diário de Notícias da Madeira, apesar de a execução
estar associado à divida para compra de acções, a verdade é que a execução
dessa dívida remonta há pelo menos 4 anos. O valor exigido será então o de uma garantia então
prestada por Berardo (Económico, pela jornalista Maria Teixeira Alves)
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