Nem dengue, nem Zika, não há registo de qualquer caso na Madeira, mesmo assim o sistema de vigilância epidemiológico, criado após o surto de febre de dengue em 2012, está ativo. As medidas servem tanto para conter dengue como infeções de Zika já que o mosquito transmissor é o mesmo: o aedes aegypti. A atividade do mosquito é baixa no Inverno, mas as autoridades regionais de Saúde Pública reconhecem que há “risco de ocorrência de casos” no Verão.
O Instituto de Administração da Saúde – que tutela a saúde pública – garante que não existe qualquer notificação de casos de doenças transmitidas pelo aedes aegypti, entre quais está a infeção por vírus Zika. O último registo é de 2014 e foi de um caso de dengue importado. O surto local terminou em 2013, mas o sistema de vigilância continua a funcionar, sobretudo as medidas para controlar a população de mosquitos. Ana Nunes, responsável pelo organismo de Saúde Pública, explica que o objetivo é “minimizar a introdução de vírus”.
A espécie aedes aegypti – conhecida na Madeira desde 2005 – não está erradicada, mas é monitorizada durante todo o ano. A análise dos relatórios de vigilância entomológica às armadilhas aponta para uma presença de três vezes menos ovos quando comparado com 2013, altura em que ainda decorria o surto de dengue. Um indicador positivo, mas que não elimina a possibilidade de casos de dengue e Zika nos meses de verão. “O risco de ocorrência de casos esporádicos durante o pico de actividade vetorial está presente”, reconhece a presidente do Instituto.
Apesar de admitir o risco, o Instituto de Administração da Saúde diz-se preparado para conter os casos e tomar medidas que impeçam a propagação para o nível de surto. O plano de ação inclui, além dos profissionais de saúde, as autarquias, as escolas, o ambiente e o turismo. Todos os alertas de saúde pública emitidos nos últimos dias a propósito do vírus Zika têm sido encaminhados para os médicos, incluindo os que trabalham diretamente com os hotéis. Os mesmos alertas foram divulgados junto das comunidades madeirenses na América do Sul, sobretudo Venezuela e Brasil.
As recomendações são ainda para os que viajam ou chegam de países onde há surtos de Zika ou dengue. A todos é dado o mesmo conselho, caso apresentem sintomas suspeitos: procurem um médico ou uma unidade de saúde, façam o relato dos sintomas e a ligação ao país. Esta recomendação é essencial para que se possam tomar medidas e proceder à investigação laboratorial. O mais importante é detetar os casos importados e evitar que sejam picados pelo mosquito.
Além dos conselhos a quem viaja e a quem chega, o Instituto de Administração da Saúde tem um site onde é explicado tudo o que é preciso saber sobre o mosquito e é dirigido a quem vive na Madeira. Além de informação sobre o nível de atividade das populações de mosquitos e de formulários para notificar as autoridades, existem conselhos para eliminar todos os depósitos de água – os viveiros do aedes aegypti -, recomendações sobre o uso de redes nas janelas e informações sobre os repelentes mais eficazes (texto da jornalista do Expresso, Marta Caires)
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