Segundo o Jornal I, “a Comissão Europeia estimou que
Portugal deverá pagar, no total, "em juros [de dívida] cerca de 60 mil
milhões de euros durante o período 2014-2020" Portugal vai pagar 60 mil
milhões de euros em juros da dívida entre 2014 e 2020, dos quais mais de 1200
milhões de euros irão anualmente para os fundos europeus que contribuíram para
o resgate, segundo estimativas de Bruxelas. O PCP questionou Bruxelas sobre os
"montantes que Portugal pagará de serviço de dívida entre 2014 e 2020 e sobre
que parte desses montantes se destina, direta ou indiretamente, a instituições
da União Europeia ou a fundos ou mecanismos com a sua participação". Em
resposta, a Comissão Europeia estimou que Portugal deverá pagar, no total,
"em juros [de dívida] cerca de 60 mil milhões de euros durante o período
2014-2020", sendo que parte desse valor será destinado ao Fundo Europeu de
Estabilização Financeira (FEEF) e ao Mecanismo Europeu de Estabilidade
Financeira (MEEF). A Comissão Europeia diz que, tendo em conta que no pacote de
resgate Portugal recebeu 26 mil milhões do fundo e 23,9 mil milhões de euros do
mecanismo, pagará "cerca de 520 milhões de euros pelos empréstimos do FEEF
e 705 milhões de euros pelos empréstimos do MEEF por ano a contar da data do
desembolso total". Estes valores, diz a Comissão, têm por base juros
estimados que rondam cerca 2% no FEEF e 2,9% no MEEF, mas que podem variar,
pelo que "o valor exato do serviço da dívida europeia pode ser diferente
no futuro". Bruxelas diz ainda que o MEEF emprestará a Portugal uma
quantia adicional de 400 milhões de euros a pagar "no próximo
outono". O deputado comunista João Ferreira questionou a Comissão Europeia
depois de o presidente do órgão executivo comunitário, Durão Barroso, ter
afirmado em julho que os 26 mil milhões de euros que Portugal terá a receber do
Quadro Financeiro Plurianual 2014-2020 são "uma pipa de massa" e
questionou o valor total previsto de transferências de Portugal para o
orçamento da UE entre 2014 e 2020, o que Bruxelas disse que depende de
variáveis, pelo que não é "possível indicar de antemão". Sobre os mil
milhões adicionais que Durão Barroso disse que Portugal conseguiu para os
próximos sete anos, o PCP questionou sobre "que verbas adicionais"
recebeu cada um dos demais Estados-membros", com a Comissão a informar que
"Portugal beneficia da atribuição da quantia de mil milhões de euros no
âmbito da rúbrica outras disposições especiais de afetação". "Confirma-se
também que os 'mil milhões adicionais' a que o presidente da Comissão Europeia
se referiu não são um caso inédito. Outros países receberam verbas adicionais,
nomeadamente: Grécia, Irlanda, Espanha, Chipre, Malta, Itália, França, Bélgica,
Alemanha, Hungria, República Checa e Eslovénia", considera o PCP no
comunicado aos jornalistas em que deu conta da resposta da Comissão Europeia”