Li no Dinheiro Vivo que "o novo ciclo de inspeções regulares da troika ao ajustamento de Portugal deve começar em finais de setembro, início de outubro, a tempo da preparação ou discussão da proposta de Orçamento do Estado do próximo ano (OE/2015). As missões dos representantes dos credores (Banco Central Europeu, Comissão Europeia e Fundo Monetário Internacional) farão visitas semestrais ao país durante vários anos. À luz da informação disponível, a vigilância prolongar-se-á até 2036, 2031 e 2021, consoante os casos. O porta-voz de Olli Rehn, comissário europeu dos Assuntos Económicos, disse ao Dinheiro Vivo que “o momento preciso ainda não foi discutido, mas é expectável que aconteça no outono”. Simon O’Connor recordou que “a primeira missão de vigilância pós-programa [post-programme surveillance ou PPS] da Irlanda aconteceu na semana passada, cerca de cinco meses depois do final do programa”. Quatro meses e meio, mais precisamente. A Irlanda saiu no passado dia 15 de dezembro, tendo recebido a primeira visita de vigilância entre 29 de abril e 2 de maio. O FMI não respondeu às questões até ao fecho desta edição.
A realidade vista pelos olhos do vice-primeiro-ministro é mais cor-de-rosa. Para Paulo Portas, a conclusão da 12ª e última avaliação “significa que o programa está no bom caminho para o seu termo” e que “Portugal pode recuperar a parcela de soberania que lhe falta desde maio de 2011, quando o resgate começou”. Para Portugal, que sai oficialmente do resgate a 17 de maio, significa que a primeira missão do novo ciclo de vigilância/monitorização da troika irá cair em plena época orçamental: na preparação do OE (se acontecer antes de 15 de outubro) ou na altura do debate (se acontecer depois). Seja como for, da visita resultará sempre uma série de recomendações, alertas e pedidos concretos de medidas. No caso da Irlanda, dá para perceber que o FMI é mais exaustivo e exigente, mas sem entrar em grandes detalhes nas medidas. Ainda assim, recomendou a Dublin mais medidas e reforço das existentes para reduzir o desemprego de longa duração, por exemplo. Bruxelas bateu na mesma tecla. Por cá, é expectável que o foco seja o desemprego jovem e maior contenção na ‘generosidade’ do subsídio de desemprego. E, claro, as medidas permanentes de redução dos gastos com salários e pensões que terão de ser vertidas no OE/2015, justamente. O FMI é relativamente minucioso até porque é o credor que pretende receber mais rapidamente o dinheiro em dívida (26 mil milhões de euros a serem reembolsados até 2024). De acordo com as regras instituídas, a futura missão de Washington, que em Portugal deverá ter novo chefe em substituição de Subir Lall, fará visitas regulares de “monitorização” de seis em seis meses ao país até 2021, quando faltar pagar 2,3 mil milhões da sua parte do empréstimo. Idem no caso da CE e do BCE. Os parceiros europeus virão duas vezes ao ano até 75% do empréstimo (subdividido em dois fundos europeus de 26 mil milhões de euros cada) estar saldado. Haverá, pois, visitas até 2035/2036. O empréstimo será totalmente regularizado em 2042. Ou um pouco mais tarde, dependendo das maturidades das tranches que faltam receber pela 12ª e última avaliação. O fundo europeu (Mecanismo Europeu de Estabilidade) também enviará técnicos. A segunda missão de vigilância à Irlanda já está programada para “finais de 2014”. Em Portugal, deverá ocorrer em março de 2015"
A realidade vista pelos olhos do vice-primeiro-ministro é mais cor-de-rosa. Para Paulo Portas, a conclusão da 12ª e última avaliação “significa que o programa está no bom caminho para o seu termo” e que “Portugal pode recuperar a parcela de soberania que lhe falta desde maio de 2011, quando o resgate começou”. Para Portugal, que sai oficialmente do resgate a 17 de maio, significa que a primeira missão do novo ciclo de vigilância/monitorização da troika irá cair em plena época orçamental: na preparação do OE (se acontecer antes de 15 de outubro) ou na altura do debate (se acontecer depois). Seja como for, da visita resultará sempre uma série de recomendações, alertas e pedidos concretos de medidas. No caso da Irlanda, dá para perceber que o FMI é mais exaustivo e exigente, mas sem entrar em grandes detalhes nas medidas. Ainda assim, recomendou a Dublin mais medidas e reforço das existentes para reduzir o desemprego de longa duração, por exemplo. Bruxelas bateu na mesma tecla. Por cá, é expectável que o foco seja o desemprego jovem e maior contenção na ‘generosidade’ do subsídio de desemprego. E, claro, as medidas permanentes de redução dos gastos com salários e pensões que terão de ser vertidas no OE/2015, justamente. O FMI é relativamente minucioso até porque é o credor que pretende receber mais rapidamente o dinheiro em dívida (26 mil milhões de euros a serem reembolsados até 2024). De acordo com as regras instituídas, a futura missão de Washington, que em Portugal deverá ter novo chefe em substituição de Subir Lall, fará visitas regulares de “monitorização” de seis em seis meses ao país até 2021, quando faltar pagar 2,3 mil milhões da sua parte do empréstimo. Idem no caso da CE e do BCE. Os parceiros europeus virão duas vezes ao ano até 75% do empréstimo (subdividido em dois fundos europeus de 26 mil milhões de euros cada) estar saldado. Haverá, pois, visitas até 2035/2036. O empréstimo será totalmente regularizado em 2042. Ou um pouco mais tarde, dependendo das maturidades das tranches que faltam receber pela 12ª e última avaliação. O fundo europeu (Mecanismo Europeu de Estabilidade) também enviará técnicos. A segunda missão de vigilância à Irlanda já está programada para “finais de 2014”. Em Portugal, deverá ocorrer em março de 2015"