Segundo o Jornal de Negócios, num excelente trabalho da jornalista Elisabete Miranda, "em 2014 os cortes nas pensões dos reformados chegam por vários lados. Ao todo, são mil milhões de euros que ficam suspensos à espera da posição do Tribunal Constitucional. Actuais e futuros reformados da Caixa Geral de Aposentações (CGA). Actuais e futuros reformados da Segurança Social. Titulares de fundos de pensões privados. Todos os grupos de pensionistas serão afectados pelas medidas de austeridade que estão em cima da mesa e que para o ano chegam por diversas vias. Caso as propostas avancem este grupo social perderá um rendimento equivalente a mil milhões de euros brutos, segundo as contas apresentadas pelo Governo no Orçamento para 2014. O grupo mais afectado é o dos actuais reformados da CGA. Ao todo são 302 mil pensões de velhice e 44 mil pensões de sobrevivência que se perfilam para sofrer reduções remuneratórias que rondam os 10% e que valem 728 milhões de euros de poupança para o ano, em termos brutos. Apesar de boa parte das atenções estarem centradas nas pensões em pagamento, os futuros reformados têm igualmente reduções severas à espreita. Só por via da subida da idade legal da reforma para os 66 anos, o Governo está indirectamente a ditar um corte de 12% nas pensões dos futuros reformados. De 2014 em diante estes 12% serão cumulativos e aumentarão todos os anos, tirando um valor crescente à pensão (a alternativa será trabalhar mais tempo). As taxas de substituição (relação entre o último salário e a pensão) que já tinham baixado muito com a reforma da Segurança Social de 2007 sofrerão uma nova machadada. A contribuição extraordinária de solidariedade (CES) está de volta e voltará a apanhar rendimentos brutos acima de 1.350 euros, incluindo os titulares de fundos de pensões. Em 2014, só uma parte de quem recebe pensões mínimas terá uma pequena actualização. Até os reformados pobres, com complemento solidário para idosos, vêm a dotação global da prestação ser cortada"