Segundo o jornalista do Público, Luís Manuel Cabral, “no ano passado os parlamentares britânicos
acederam mais de 300 mil vezes a sites pornográficos a partir dos computadores
da instituição. Os dados foram divulgados pelo Huffington Post.Os dados dos
acessos parlamentares a sites pornográficos foram divulgados pelo Huffington
Post, que solicitou a divulgação ao abrigo da "Liberdade de
Informação" e publicou um artigo com o título "Oh sim, senhor
ministro!" No entanto, os números variam muito: em novembro verificaram-se
114.844 tentativas de acesso a sites classificados de pornográficos mas, em
fevereiro, registaram-se apenas 15. Segundo um responsável da Câmara dos
Comuns, ainda não é claro se os acessos a sites pornográficos foram feitos
apenas por deputados ou por outros funcionários do Parlamento, onde trabalham
cerca de cinco mil pessoas. Os números não correspondem todos a acessos formais
e podem ter sido algo exagerados pelos próprios sites que os multiplicam",
acrescentou o mesmo responsável. Segundo a "BBC News", um porta-voz
da Câmara dos Comuns afirmou que "não consideramos que os dados
disponíveis possam fornecer uma representação exata do número de acessos feitos
pelos utilizadores",adiantando que "isso acontece porque há uma
"variedade enorme de formas com que os sites podem ser configurados para
agir, reagir ou interagir a uma potencial operação efetuada", disse. Para
o porta-voz, "o número exagerado de acessos pode ficar a dever-se ao facto
de existirem sites que num único acesso geram múltiplas vizualizações ou se
desdobram automaticamente por outros sites através de pop-ups, criando novos
acessos a partir de um único", explicou. Em julho, o primeiro-ministro
David Cameron anunciou que a maioria das famílias britânicas iria ter os sites
pornográficos bloqueados nos seus servidores, a menos que quisessem ter acesso
a eles. Na altura, Cameron defendeu a decisão argumentando que "a
pornografia online corrompe a infância e distorce a compreensão da sexualidade
por parte das crianças". Questionados acerca do problema, os maiores
Provedores da Internet do Reino Unido concordaram com a criação de um esquema
de filtros que poderia cobrir 95% das habitações do país. Mas o tema não é
pacífico e um dos conselheiros de Cameron, o co-fundador da Wikipedia, Jimmy
Wales, já veio dizer que esses planos são "absolutamente ridículos".