sábado, setembro 28, 2013

Hospitais com falta de médicos



Escreve o Correio da Manhã que “mais de metade (60 por cento) dos hospitais do Serviço Nacional de Saúde indicaram ter falta de médicos em várias especialidades para fazer face à procura de doentes. O problema da falta de médicos obriga ao não cumprimento dos tempos máximos de resposta na marcação das primeiras consultas hospitalares, revela um relatório da Entidade Reguladora da Saúde (ERS), que reporta dados referentes a 2012. A insuficiência de recursos humanos concentra-se especialmente nas áreas da oftalmologia, dermatovenereologia e otorrinolaringologia. Há ainda outras especialidades clínicas também com grande carência de médicos, designadamente ortopedia, pneumologia, gastrenterologia, urologia, reumatologia e cardiologia. Fonte do Ministério da Saúde afirma ao CM que foram abertas 950 vagas para recém-especialistas nos concursos de junho e dezembro de 2012 e fevereiro de 2013. Em 2013 foram contratados 550 recém-especialistas. A Unidade Local de Saúde da Guarda queixa-se da "crónica carência de médicos" e aponta como causa da dificuldade no acesso aos cuidados de saúde, no caso na marcação das primeiras consultas. Já o hospital de Cantanhede referiu que tinha, em 2012, apenas cinco médicos no quadro, incluindo um anestesista e um cirurgião: tinham saído para a aposentação, nos dois anos anteriores, cinco médicos. Já o hospital de Santarém refere que os "concursos para provimento de vagas de especialidades problema ficaram desertos nas diversas fases: candidatura, entrevista e mesmo na fase de aceitação de lugar". Uma das soluções encontradas por algumas unidades para o problema da falta de médicos, segundo o relatório da Entidade Reguladora da Saúde, passou por passar especialistas de algumas valências, como cirurgia geral e medicina interna, a fazerem consultas de outras especialidades.
Alerta para número de partos em casa
Em oito anos, o número de partos realizados em casa quase duplicou. Passou de 480 nascimentos em 2000, para quase 900 em 2008. Ana Jorge, ex-ministra da saúde, alertou para "estas orientações e modas", sublinhando que "são um risco enorme e uma prática grave". A pediatra recorda a morte da australiana Caroline Lovell, uma das grandes defensoras dos partos no domicílio, durante o parto, na sequência de complicações cardíacas.
Erros na referenciação dos centros
Cerca de 40 por cento dos hospitais apontaram erros na referenciação dos centros de saúde na marcação das primeiras consultas hospitalares e ainda referiram falhas na articulação entre as unidades. Como exemplo do problema são referidos erros na referenciação geográfica e na referenciação para especialidades erradas ou com falta de protocolos”.