sexta-feira, fevereiro 22, 2013

RTP: repondo factos contra a especulação

Nesta coisa das notícias somos muitas vezes "vítimas" de informações cruzadas. Sobretudo quando se tratam de processos complexos, como é este caso, que evoluem muitas vezes de semana para semana. Quanto ao anterior post por mim, colocado sobre o futuro da RTP sublinho, em retificação, que nenhuma decisão está tomada quando ao futuro dos centros regionais da RTP na Madeira e nos Açores - aliás acabar com estas estruturas não será muito fácil dado que a sua existência está contemplada em legislação. Não há decisão nenhuma quanto a eventual redução do quadro de pessoal, não há decisão tomada quanto ao modelo empresarial futuro. Há contatos, diálogos e negociações em curso, que vão continuar e que podem vir a ter um desfecho até ao Verão.
Inicialmente a ideia era a de encerrar pura e simplesmente, pelos motivos que referi no meu anterior post e porque os governos regionais não tinham condições financeiras para assumir tal responsabilidade, não tendo por isso dado o passo em frente que Lisboa esperaria fosse dado. Os contactos que têm existido, numa primeira fase com a administração da RTP, meramente consultivos e auscultativos, a que se seguirá a tutela. Essa decisão mais radical de encerramento e despedimentos terá sido travada e atenuada dada a existência de propostas colocadas em cima da mesa pelas partes e que poderão viabilizar uma solução partilhada, sem que as regiões autónomas tenham a maioria do capital de uma eventual empresa a ser criada, caso seja essa a solução.
Mantem-se a ideia de redução ainda mais substancial dos custos operacionais e de funcionamento - dizem-me que o valor inicialmente apresentado por Relvas, no verão do ano passado, de custos totais da ordem do 25 milhões de euros anuais, dos quais 11 a 12 milhões de euros anuais com a RTP-Madeira, terão sido substancialmente reduzidos para 8 a 9 milhões de euros, pretendendo a empresa-mãe que esse valor se fixe nos 6 a 7 milhões de euros anuais.
Portanto nada de dramas, nada de instabilidade interna, nada de especulação política ou oportunismo partidário. Repito, não há decisão tomada, há contactos em, curso, há diálogos e conversações que serão continuadas e a seu tempo serão anunciadas decisões, quando elas existirem. É bastante provável, segundo apurei, que o modelo adotado para a Madeira, em termos de futuro da RTP/RDP, seja o mesmo dos Açores, salvaguardando obviamente os custos operacionais que decorrem de uma região com 9 ilhas quando comparados com outra que tem apenas 2 ilhas.