Segundo o Correio dos Açores, "à semelhança do que aconteceu no espaço aéreo da Madeira, a easyJet, companhia conhecida por “tornar as viagens fáceis e acessíveis”, está interessada em voar para os Açores mas tal só será possível após a liberalização do mercado. Em comunicado emitido ontem após a conferência de imprensa em que foi anunciado o reforço da operação em Portugal, seis meses após a abertura da base operacional em Lisboa, o responsável da companhia britânica realçou que “serão assim criadas as condições favoráveis para a easyJet operar, com todos os benefícios inerentes para os passageiros da rota. “Os factos mostram que após a entrada da easyJet na Madeira o preço médio da tarifa desceu cerca de 30% pelo que este é o maior benefício que queremos trazer aos açorianos, a redução do custo das suas viagens para o Continente”, afirmou Javier Gandara. “Iremos fazer todos os esforços que estejam ao nosso alcance para que este objectivo seja uma realidade a curto prazo pois irá beneficiar os consumidores, a economia local e dinamizar a criação de emprego através do aumento dom número de visitantes que é, nos dias de hoje, um factor chave para o crescimento e desenvolvimento de uma região”, sublinha Javier Gandara. Actualmente as ligações entre o continente e os Açores estão limitadas a dois operadores (SATA e TAP), que realizam voos ao abrigo das obrigações de serviço público. A operação de campanhas de baixo custo para os Açores tem sido uma exigência contínua feita por cidadãos, empresários económicos e turísticos. O modelo de obrigações de serviço público nas ligações aéreas entre os Açores e o continente proposto pelo Governo Regional vai ser enviado “aos órgãos competentes”, esperando o executivo que a revisão ocorra “em breve”.
Proposta entregue no INAC
Lembre-se que, a 12 de Setembro deste ano, em declarações à Lusa à saída de uma reunião com a Secretária Regional da Economia, Luísa Schanderl, o secretário de Estado das Obras Públicas, Transportes e Comunicações afirmou que o Governo da República estava “disponível” para rever as obrigações de serviço público nas ligações aéreas entre os Açores e o continente, mas salientou que o processo deve seguir o curso normal. A revisão dessas obrigações tem que ser aprovada pela União Europeia, competindo ao Governo português iniciar o processo junto das instâncias comunitárias. Luísa Schanderl assegurou então que a reunião foi “muito positiva” e considerou que “a primeira fase deste processo está ganha”, passando-se agora a uma segunda etapa em que a proposta será remetida pelo “Governo da República para os órgãos competentes, o Instituto Nacional de Aviação Civil, entidade reguladora da aviação civil”, e posteriormente para a Comunidade Europeia. “Levou muito tempo a primeira fase, agora vamos esperar que o processo seja mais célebre e que possamos em breve ter o modelo de obrigações de serviço público revisto”, defendeu. A Easyjet anunciou também ontem que vai reforçar a operação em Portugal com a aquisição de um terceiro avião, num investimento de 38 milhões de euros, para responder ao aumento da procura. A companhia aérea de baixo custo vai contratar mais 25 trabalhadores, que se juntam aos 75 existentes, e abrir duas novas rotas (Bilbau e Valência), a partir de Março. Javier Gandara, director-geral para Portugal e Espanha, estima que a companhia, que há seis meses inaugurou uma base em Lisboa, venha a transportar este ano de e para Portugal cerca de dois milhões de passageiros, dos quais 120 mil resultam das novas rotas lançadas em Abril. A ‘low cost’ britânica vai ainda acrescentar novas rotas a partir de Lisboa, passando a voar para Bilbao, Valência a partir do final de Março de 2013. Nas rotas já existente haverá alterações nas ligações para Amesterdão, Veneza e Copenhaga. A companhia opera actualmente nos aeroportos de Lisboa, Porto, Faro e Funchal, fazendo ligação a oito países e mais de 25 aeroportos na Europa. Na base de Lisboa, a performance “tem sido bastante positiva”, refere a empresa, “com mais de 1 milhão de passageiros transportados nestes primeiros seis meses, mais de 120 mil passageiros nas rotas anunciadas em Abril (Amesterdão, Astúrias, Bordéus, Copenhaga e Veneza) e uma taxa de ocupação superior a 90%”. Em resumo, concluem, estes números significam “um aumento de 1,5 pontos percentuais” comparando com o período homólogo. Em termos de passageiros em Lisboa, a easyJet tem agora, segundo dados da companhia, 15% de quota de mercado, permanecendo o “segundo maior operador” na Portela, depois da TAP.