
Um problema europeu
Ontem, soube-se que o Governo vai contar com a generosidade dos fundos europeus para financiar um novo programa de bolsas de estágio para os jovens desempregados portugueses. Mas a medida será mais abrangente do que isso. Outros países, caso de Espanha, Grécia, Irlanda) deverão adotá-la. O desemprego, e sobretudo o jovem (que vale, em média, cerca de um quinto do total de casos) é um fenómeno cada vez mais agressivo pela Europa fora, daí a nova prioridade de agenda de Bruxelas. A situação é vista por muitos analistas como uma bomba-relógio. O ponto da situação feito pelo Eurostat em Janeiro deste ano fala por si: na União Europeia há 24,3 milhões de desempregados, dos quais quase 17 milhões estão na zona euro. Da mesma forma, contam-se 5,5 milhões de jovens sem trabalho na união dos 27, dos quais 3,3 milhões na zona euro, supostamente a região mais rica e desenvolvida. Todas estas realidades estão a crescer a um ritmo anual entre 4% a 8%.
Mais um desvio colossal?
A taxa de desemprego ajustada para a economia nacional, ontem anunciada pelo Eurostat, já vai em 14,8% da população ativa, a terceira pior marca da Europa. No quarto trimestre, o INE estimou 14% e o Governo apontou para uma média de 14,5% neste ano, embora estes cálculos não sejam normalizados, como faz o Eurostat. O ministro da Economia Álvaro Santos Pereira, embora “preocupado”, relativizou a subida recente do desemprego. “Já referi várias vezes que os números do desemprego são muito preocupantes”, mas “é preciso relembrar que a crise não começou em 2008, nos últimos dez anos tivemos uma tendência crescente de desemprego e de emigração. Os licenciados que o digam. Números do IEFP citados pela Lusa indicam que o número de diplomados que anulou a inscrição nos centros de emprego para emigrar subiu 49,5% entre 2009 e 2011. Esta semana, a unidade de análise orçamental do Parlamento (UTAO) avisou que o desemprego é uma das variáveis que pode deixar buracos na execução do OE, pondo em risco a meta do défice de 4,5%. Mais desemprego significa menos receita fiscal e mais despesa da Segurança Social".
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