A Madeira precisa de resolver uma questão urgente: estabelecer pontos com o governo de Lisboa. Não podemos continuar nos moldes em que as coisas funcionam, não podemos confundir negociações por causa do acordo financeiro com a estabilidade institucional que se precisa caso este governo de coligação dure a legislatura. Precisamos urgentemente de uma "task force" que funcione em permanência, de preferência sem o envolvimento directo de um ministro - e num governo com poucos ministros, está-se a ver que esse modelo não funcionará - até porque o anterior responsável por essas relações, Silva Pereira, não conseguiu eficácia nenhuma. O que me parece que seria uma boa solução - mas alguém deve ter essa iniciativa política - seria envolver nesse grupo, que obrigatoriamente reuniria mensalmente ou de dois em dois meses, o secretário de estado da presidência do conselho de ministros, Marques Guedes, um deputado madeirense na Assembleia da República e o Vice-Presidente do Governo Regional. Ventura Garcês e Rui Gonçalves, que são as faces mais visíveis das negociações financeiras com Lisboa, obviamente que em questões de política pura e dura não terão muito espaço de manobra, até porque essa "task force" não se poderia confundir com as relações entre o Funchal e Lisboa, em termos financeiros, que obviamente terão que realizar-se ao longo da execução do acordo financeiro, depois de assinado. Uma coisa é certa: nas actuais circunstâncias, a Madeira não pode continuar a viver a situação presente em que praticamente não tem contactos eficazes com o governo de Lisboa. E não podemos andar dependentes de telefonemas de pessoas que podendo ser (não sei se são) amigos de Relvas, Passos e não sei de mais quem, a verdade é que nada têm conseguido de útil. Ou seja, não é por essa via que vamos estabilizar as relações institucionais e encontrar alguma pacificação que o GRM precisa.
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