quarta-feira, setembro 14, 2011

O equívoco do deputado André Escórcio

Chamaram-me a atenção para um comentário feito pelo prof. André Escórcio, deputado e líder parlamentar do PS regional, a propósito de um artigo de opinião. Gostaria de referir, uma vez mais, ao deputado e líder parlamentar do PS local que uma coisa é a minha pessoa enquanto membro de um partido, outra enquanto articulista com direito a ter a sua opinião, concordem ou não com ela, e outra é a minha actividade profissional. Confundir tudo isso, como maldosamente volta a fazer - já o fez antes - é triste e repugnante. Que eu saiba nunca confundi nem misturei a sua actividade política com outras. Se não formos capazes de manter este patamar de elevação, então é o "caos", não acha? Eu sei - como nota prévia - o que o deputado quer em relação ao Jornal da Madeira, tal como sabem os 100 trabalhadores e suas famílias. Eles sabem bem o que os socialistas pretendem, porque não apresentam soluções viáveis e querem pura e simplesmente sufocar o jornal. Temos de encontrar uma solução, sempre foi essa a minha opinião, mas que não prejudique as pessoas. Não sabia que o deputado e líder parlamentar do PS local pretendia ser era uma espécie de procurador do senhor Bispo do Funchal.
Deixando de lado estas introduções, vamos a factos, até para acabarmos com equívocos:
- eu não falei no meu artigo em nenhum deputado. Mantenho os adjectivos usados, reafirmo-os as vezes que entender, porque existem razões para isso. Mas não falei de nomes. O deputado e líder parlamentar do PS regional é que deduziu que havia um destinatário.
O deputado André Escórcio não deve ter razões de queixa da minha pessoa, penso eu. Mantemos sempre uma relação pessoal e institucional de respeito que tem muitos anos, talvez porque sabemos os nossos limites,sabemos que o respeito exige o cumprimento de regras de ética, e porque nenhum de nós necessitou de andar a fazer "trocadilhos" nos nossos percurso de vida para sermos o que somos, com os nosso defeitos e virtudes. Militamos em partidos diferentes, mas sempre fizemos isso.
Mas o deputado André Escórcio deve-se lembrar, e sabe bem, que em relação a um seu colega de bancada - da parte que me toca - há um ajuste de contas que perdurará. Causa? Lembra-se da última campanha eleitoral do PS, em 2007, e de um asqueroso blogue anónimo mas oficial para diariamente debitava insultos pessoais diários - eu fui um dos alvos (tenho esses textos todos se por acaso tiver memória curta). Nunca ouvi o deputado e líder parlamentar do PS regional indignar-se, nem fazer comentários públicos. Eu sei que eram os bandalhos que andaram nisso, sei quem eram os crápulas que se divertiam com, isso. Um lote que incluía mercenários pagos pelo partido. E foi - tenho que o reconhecer - o dirigente do PS local, Bernardo Trindade - claramente de outra fornalha e que não confundo com alguns bandalhos, "cristãos-novos" que estão no PS por oportunismo e pelo tacho - quem acabou com essa pouca-vergonha. Não o deputado André Escórcio. Portanto há situações que não esqueço e não perdoo. E poderia dizer muito mais quanto a certos indivíduos que conspurcam a política. Não o faço, porque tenho que impor limites a mim, próprio.

Repare também: eu não misturo o candidato dr. Maximiano Martins com certa gente do PS local. Critico-o por dar cobertura a indivíduos que estão na política para se servir dela e dos quais ele estranhamente parece estar refém. Somos adversários porque militamos em partidos diferentes, mas não vamos além disso e o dr. Maximiano Martins deve reconhecer isso mesmo. Admito que, por vezes, posso radicalizar opiniões quando rebato declarações dele, mas nunca pretendi, no caso do dr. Maximiano Martins, insultá-lo. Nunca tive, nem tenho essa intenção. Não faz parte do meu genoma. Coloco as divergências apenas no plano político, nada mais que isso, porque estamos num combate eleitoral, no qual apostamos de forma bem diferente.
E se a ideia é discutir carácter de pessoas, então porque razão o deputado André Escórcio não se indignou nem tentou apurar a verdade quando o ex-líder do PS, João Carlos Gouveia falou numa entrevista ao DN do Funchal de pressões descaradas, quase que poderia classificar de mafiosas, visando envolver o PS local em negócios, em Lisboa, que nada tinham a ver com a política, nem se indignou quando aquele seu colega de partido falou de chantagem em termos de condicionamento de uma candidatura à materialização dessas exigências comerciais e pessoais?
Portanto, prof. André Escórcio, peço-lhe uma vez mais que não deturpe os factos, não manipule nem confunda a minha pessoa enquanto membro de um partido, outra enquanto articulista com direito a ter a sua opinião, concordem ou não com ela, com a minha actividade profissional da qual presumo o deputado André Escórcio não ter uma única razão de queixa.

Finalmente prof. André Escórcio: qual foi a dimensão da sua indignação quando o deputado que presumo estar a querer defender usa de adjectivação sistematicamente insultuosa para com adversários? Por acaso já fez o levantamento dessa adjectivação canalha usada ao longo dos anos? E que me diz o deputado André Escórcio se, por exemplo, eu alguma vez me referisse a si (algo que o prof. André Escórcio sabe que nunca faria), nestes termos: "Enquanto AJJ trata da falência da Madeira, da sua responsabilidade, a meio do macarrão e encharcado pelos odores do álcool, esperamos que alguém neste PSD mantenha o bom senso e a responsabilidade, demonstrando que não estão disponíveis para enganar os madeirenses. É isso que esperamos do Governo PSD - CDS". Acha que estas bandalhices merecem tolerância? Sempre gostava de saber como reagiria o deputado André Escórcio se fosse consigo. Assunto encerrado.

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