Segundo o Correio dos Açores, "o Instituto de Meteorologia (IM) defende que tem prestado um “serviço ininterrupto e de qualidade na Região” e “rapado o seu próprio tacho” para encontrar disponibilidades que não coloquem em causa os interesses da população açoriana “que serve”. Na nota enviada ao ‘Diário Insular’ que hoje também publicamos, o Instituto admite que “terá dificuldades em sustentar no futuro próximo o apoio a algumas entidades na Região, em particular no que se refere ao apoio meteorológico em alguns aeródromos para onde já não existe pessoal destacado e em que as operações têm custos mensais elevadíssimos não comportáveis pelo orçamento do Instituto”.A posição do IM surge depois do ‘Diário Insular’ ter publicado críticas do director do Centro de Estudos do Clima, Meteorologia e Mudanças Globais da Universidade dos Açores e promotor e coordenador do Projecto CLIMAAT (Clima e Meteorologia dos Arquipélagos Atlânticos), Eduardo Brito de Azevedo, que afirmava que o Instituto de Meteorologia se tinha deixado de preocupar com as necessidades específicas da Região. Este afirmava ainda que as chefias do Instituto estão centradas no lucro e em “rapar a panela da meteorologia aeronáutica”.“O IM na prossecução da sua missão de salvaguarda de vidas e bens assegura cada 24h, sem qualquer tipo de interrupção, tendo em vista o interesse público e sem retorno financeiro, a vigilância meteorológica e sismológica de todo o arquipélago. Elabora e emite avisos meteorológicos de reconhecida fiabilidade para toda a região, sempre que a situação o justifica”, avança, por seu lado, o Instituto de Meteorologia. “Para além de garantir a vigilância e a previsão do tempo em todo o arquipélago, o IM faz a monitorização e acompanhamento do Clima e das Alterações Climáticas na região. Os estudos desenvolvidos são publicados na forma de relatórios mensais, sazonais e anuais que são disponibilizados via Internet”, prossegue o instituto.Além disso, o Instituto de Meteorologia adianta-se aberto para trabalhar em conjunto com outras entidades no arquipélago. “O IM encontra-se desde sempre disponível para participar em parcerias com a Universidade ou outras entidades regionais, sempre que solicitado, o que se tem verificado ao longo dos últimos anos, procurando ainda sempre que possível assegurar financiamento de entidades europeias ou internacionais para projectos que interessam à região”, adianta, em nota enviada a ‘Diário Insular’.“Toda a informação constante do seu acervo de dados, encontra-se acessível a quem a solicitar, respeitando-se na sua cedência a política em vigor no Instituto que privilegia as actividades de investigação que se integrem em projectos de interesse público”, é também avançado.“Relativamente à atenção dada pelo Instituto de Meteorologia à sua Delegação Regional dos Açores, deve sublinhar-se que apesar do elevado número de aposentações dos últimos anos e das dificuldades de recrutamentos verificadas, por razão de determinações gerais do Governo nesse sentido, o IM procurou reforçar o número de técnicos para garantir o bom funcionamento desta Direção Regional. Em 2009 garantiu o recrutamento de 12 unidades, 6 seis técnicos superiores e 6 assistentes técnicos de observação, perfazendo um total neste momento de cerca de 6 dezenas de trabalhadores”, aborda também o IM. “Durante os últimos anos o Instituto de Meteorologia apesar de ter sido obrigado a lidar com uma situação de diminuição do orçamento que lhe é atribuído, fez um aumento no investimento de cerca de 20% entre 2009 e 2010 no arquipélago, na área da meteorologia”, acrescenta.No terreno da aeronáutica, a instituição nega a persecução de lucro. “O Professor Eduardo Brito de Azevedo desconhece que o Instituto de Meteorologia tem garantido o apoio meteorológico às operações dos aeródromos dos Açores, nomeadamente Horta, Flores, Corvo, Pico, S. Jorge e Graciosa, sem qualquer contrapartida financeira”.“Mais uma vez refutamos as alegações do entrevistado, quando menciona o lucro com a aeronáutica. Neste caso o instituto de Meteorologia limita-se a recuperar os custos envolvidos na prestação de serviço de apoio às operações aeronáuticas nos aeroportos de Santa Maria e Ponta Delgada, onde opera 24 horas/dia, não retirando daí qualquer tipo de lucro para as suas actividades”, conclui o instituto.O IM avança, porém, que “a manter-se a situação de constrangimento financeiro e de dificuldades de recrutamento, porventura o Instituto de Meteorologia terá dificuldades em sustentar no futuro próximo o apoio a algumas entidades na Região, em particular no que se refere ao apoio meteorológico em alguns aeródromos para onde já não existe pessoal destacado e em que as operações têm custos mensais elevadíssimos não comportáveis pelo orçamento do Instituto”.
Sem comentários:
Enviar um comentário