terça-feira, junho 21, 2011

Divergências no Bloco de Esquerda: eurodeputado em rota de colisão com Louça

O eurodeputado Rui Tavares abandonou a delegação do Bloco de Esquerda ao Parlamento Europeu. O anúncio foi feito através de uma nota divulgada em Bruxelas. Sobre este assunto li no DN de Lisboa que "o líder do BE lamentou hoje a decisão do eurodeputado Rui Tavares de abandonar a delegação bloquista ao Parlamento Europeu, mas escusou-se a comentar o que considerou serem "discussões pessoais". "Com certeza [que lamento]. Não me surpreendeu de forma nenhuma, infelizmente. Mas serão a Marisa Matias e o Miguel Portas, que trabalharam no Parlamento Europeu e que foram eleitos na lista de que fez parte Rui Tavares que vão fazer um comentário sobre o assunto", disse, questionado sobre o afastamento de Rui Tavares. O eurodeputado abandonou hoje a delegação do Bloco de Esquerda ao Parlamento Europeu, em virtude de o líder do partido não ter pedido desculpas após o ter acusado de estar na origem de informações enganosas. Numa nota à imprensa divulgada em Bruxelas, Rui Tavares, independente que havia sido eleito em 2009 para o Parlamento Europeu integrado nas listas do Bloco de Esquerda, diz que perdeu a "confiança pessoal e política no coordenador nacional" do partido, tornando-se assim "impossível" continuar integrado na delegação bloquista, pelo que passou à condição de independente integrado no grupo dos Verdes europeus. Na origem do diferendo está um texto publicado por Louçã na passada sexta-feira à noite, na página de Facebook do líder do BE, no qual este sugeria que Rui Tavares estaria na origem de informações falsas colocadas nos jornais "I" e "Sol" sobre os fundadores do Bloco, "fazendo desaparecer da história Fernando Rosas", substituído pelo ex-dirigente Daniel Oliveira, uma das vozes críticas da atual direção do Bloco."Não vou fazer discussões sobre questões pessoais como compreende, não teria sentido", disse Francisco Louçã. O líder bloquista salientou ainda que Rui Tavares "era independente", sublinhando não temer que este afastamento afecte a coesão interna do partido. "Tenho pena, mas não temo nada, antes pelo contrário. O Bloco de Esquerda terá uma grande capacidade de resposta à situação dificílima que teremos com uma maioria de direita e a necessidade de uma resposta clara à esquerda", afirmou. Numa nota divulgada em Bruxelas, os eurodeputados do Bloco de Esquerda Miguel Portas e Marisa Matias consideraram "desproporcionada" a decisão do seu colega Rui Tavares de abandonar a delegação bloquista ao Parlamento Europeu na sequência de uma divergência pessoal com o líder do partido. Miguel Portas e Marisa Matias também criticam implicitamente o facto de Rui Tavares ter decidido tornar-se independente pelo grupo parlamentar dos Verdes europeus, abandonando a família política do Grupo de Esquerda Unitária, que integra os eurodeputados do Bloco e do PCP”.


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