sábado, junho 25, 2011

Transição: ministra recusou passar a pasta da Cultura

Diz o Expresso num texto das jornalistas Rosa Pedroso Lima e Ângela Silva que "Gabriela Canavilhas, a ex-ministra da Cultura de José Sócrates, recusou-se a fazer a passagem de pasta a Francisco José Viegas, o novo titular do sector. Argumento: ministro não passa a pasta a secretário de Estado. No Governo de Passos a Cultura está entregue a um secretário de Estado, na dependência do primeiro-ministro. A ex-ministra proibiu, assim, a entrada dos novos titulares no ‘seu’ Ministério. Viegas desceu de degrau e mudou de interlocutor. Mas como o chefe de gabinete de Elísio Summavielle, o secretário de Estado de Canavilhas, estava fora, tudo voltou a complicar-se. Amigos há muito tempo, Francisco e Elísio foram conversando. E os dossiês mais prementes estão elencados. Só na próxima semana, após a posse dos secretários de Estado, é que a porta do Ministério da Cultura se reabre. Canavilhas e Viegas encontraram-se no Parlamento — para a eleição da nova presidente da AR e depois da posse do Governo — e aí mesmo desbloquearam a situação. A ex-ministra aceitou encontrar-se com o seu sucessor, mas só depois de ele estar devidamente empossado. A transição das pastas em geral foi pacífica. Em São Bento, foram os chefes de gabinete de Passos Coelho e de José Sócrates — Francisco Ribeiro Menezes e Guilherme Dray — que, na semana passada, trocaram informações. Assim, o atual e o ex-primeiro-ministro puderam encontrar-se apenas por breves minutos na sexta-feira passada, antes de Coelho apresentar em Belém o novo elenco governativo.Paulo Portas, por seu turno, escolheu almoçar com Luís Amado, em Santos, depois da cerimónia de tomada de posse. É a segunda vez que os dois homens trocam pastas: primeiro foi Portas a passar, num jantar, os dossiês da Defesa a Luís Amado. Agora é a vez de o MNE retribuir. Mais complicada foi a tarefa do novo ministro da Economia, Emprego e Obras Públicas. Álvaro Santos Pereira chegou segunda-feira às 16h30 a Lisboa, vindo de uma viagem aérea de sete horas e com uma diferença de fuso horário de oito. Nada que o impedisse de, três horas depois da aterragem, estar sentado frente a frente com a ex-ministra do Emprego, Helena André. No dia seguinte, logo às 8h30 da manhã era a vez do encontro com Vieira da Silva, o responsável da Economia do governo de Sócrates. Uma hora depois, seguia para a reunião com António Mendonça, para receber em mãos as Obras Públicas, Transportes e Comunicações. Daí seguiu diretamente para a tomada de posse, na Ajuda. Aguentou bem o jet lag, mas garantiu a possibilidade de novas conversas com os ex-ministros num futuro próximo. E, talvez, mais descansado".

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