quinta-feira, fevereiro 03, 2011

Moção de Alberto João Jardim: o PSD/Madeira (VIII)

"O Partido Social Democrata da Madeira, até agora, tem mais vantagens em se inserir como entidade autónoma no Partido Social Democrata nacional, do que o isolamento em pequena organização só de âmbito regional. E nem questiona a consequente participação no Partido Popular Europeu. Sem dúvida que há uma importante diferença entre o PSD nacional e o PSD/Madeira. Enquanto aquele evoluiu para “partido do Sistema”, nós, na linha de Francisco Sá Carneiro, somos Oposição ao Sistema político-constitucional de 1976, precisamente porque somos por um regime democrático capaz. O PSD/Madeira tem de manter o Princípio de que, primeiro, estão os interesses legítimos do Povo Madeirense, só depois as linhas que o PSD nacional for adoptando.
Como consequência dos seus Valores e dos seus Princípios programáticos, a acção política do PSD/Madeira foi sempre uma luta por Causas, nomeadamente a da Autonomia Política do arquipélago e a do Desenvolvimento Integral do Povo Madeirense, em termos de recuperar aceleradamente dos atrasos de séculos a que o Estado central, colonialmente, votara a nossa terra. Como tal, aproveitou as oportunidades que a Democracia e a União Europeia propiciaram, rejeitou o “politicamente correcto” que empecilhou o progresso exigível à República Portuguesa, bem como, assim fez por bipolarizar o espectro político regional, seguindo o seu caminho determinadamente, sem se deixar influenciar por todos quantos se nos opõem interna e externamente.
Isto permitiu que, a tempo, tivéssemos concretizado as medidas e as infra-estruturas que as circunstância nacionais e internacionais agora não possibilitam.
Portanto, a acção política futura do Partido Social Democrata da Madeira tem de continuar a se pautar pelo abraçar de Causas que motivem a compreensão e a adesão do Povo Madeirense.
Um Partido com a dimensão que o PSD/Madeira sempre assumiu neste território, bem como o tempo decorrido de poder democrático e legítimo, tornou inevitável que, algumas vezes, fosse permeabilizado por interesses pessoais e de grupo.
Não o podemos consentir, pois não é para isto que nos devotamos à causa pública. Cada vez mais terá de haver um grande rigor em não permitir situações destas, pois já bastam as calúnias e as mentiras que os nossos adversários se encarregam de vomitar.
Daí que o prioritário seja o PSD/Madeira ter bons militantes e não muitos militantes.
O que não impede uma nova campanha a convidar tantos cidadãos e tantas cidadãs de mérito que esta terra felizmente tem, independentemente da respectiva situação económica ou social, para se juntarem ao Partido como filiados, pois somos sempre poucos para as tarefas que o Bem Comum do Povo Madeirense exige.
É facto que a evolução da situação política em Portugal descredibilizou os Partidos políticos, sendo evidente uma certa mediocratização destes. Mas como não há Democracia sem Partidos políticos, nem há Autonomia Política sem regime democrático, na Madeira temos de entusiasmar a participação cívica dos Cidadãos, explicando a sua pertinência em também ser concretizada através da militância partidária.
Integrar um Partido político, não significa perder autonomia de pensamento e de acção. Pelo contrário, é o desenvolvimento de tal Liberdade.
Ora, há uma grande confusão disto tudo, com o que em gíria comum se chama “disciplina partidária”. Esta não é um tapume que se coloca na bôca e nas actividades de cada um. Antes, pelo contrário, é um acerto livre do próprio grupo sobre a forma de desenvolver determinadas acções, o desenvolver de uma estratégia ou de uma táctica, tendo em vista objectivos assentes. Uma metodologia a que ninguém fica coagido, mas sujeito à também livre apreciação dos companheiros de percurso, se feriu, ou não, e de que maneira, a coesão interna na luta pelas grandes Causas do Partido.
Uma das grandes forças do PSD/Madeira assentou sempre na sua Unidade, sem prejuízo da Liberdade de cada um.
Em caso algum, no futuro, poderá ser deixada pôr em causa, em termos de qualquer dimensão que se torne preocupante. É fatal a existência, de tempos a tempos, de qualquer “idiota útil”, assim chamado porque no seu exibicionismo narciso faz o jogo do adversário, ou até com eles passa a se banquetear mesmo que discretamente.
Ora, porque uma das grandes bases de sucesso do Partido Social Democrata da Madeira, foi sempre a sua Unidade, é óbvio que os nossos adversários sabem que só quebramos por dentro.
Daí que, com firmeza, tenhamos de estar sempre atentos. Até porque se torna evidente que o espectáculo nocivo de um militante é sempre notícia enquanto estiver dentro do Partido, sobretudo se em funções de destaque, mas esbate-se, perde qualquer importância, se neutralizado ou fora do grupo.
Não há outra alternativa para a solidez futura do PSD/Madeira.
A motivação de outros Cidadãos para a militância partidária, não cabe apenas aos titulares dos órgãos regionais do Partido. É esforço a ser desenvolvido por todo e qualquer militante, pelos titulares de cargos de diversa responsabilidade e, sobretudo, pelas Comissões Políticas de Freguesia, cujos Membros, melhor que todos nós, estão no terreno e conhecem bem as pessoas.
Até porque o Partido Social Democrata da Madeira foi sempre essencialmente um Partido de Bases e neste sentido terá de continuar.
Mas, porque a Unidade é a força da nossa organização partidária, para além de Partido de Bases o PSD/Madeira tem de actuar como “uma Armada” .
Independentemente das posições individuais ou sectoriais de cada social-democrata inserido em instituições com responsabilidade, todos, todos sem excepção, actuam como diferentes braços-armados de um Ideal: “aquilo que fizerdes pelos mais pequeninos, é por Mim que o fazeis”.
Sem excepção da JSD e dos TSD, aos quais o Partido tanto deve, apesar da respectiva autonomia no seio do PSD/Madeira, a qual continuará a ser rigorosamente respeitada.
Se os TSD desenvolvem uma acção pedagógica no mundo do Trabalho, universo que abarca quase toda a população madeirense e que pouco tem a ver com a fraca representatividade sindical actualmente existente na Região, a JSD tem um trabalho notável na formação política, o qual deve prosseguir intensivamente.
A maior parte dos Quadros políticos da Região Autónoma, hoje é oriunda das fileiras da JSD. Enquanto que o fracasso dos outros Partidos políticos, reside também e substancialmente na sua incapacidade para preparar gerações mais jóvens, ou sequer recrutá-las com um mínimo de qualidade individual.
Pelo que o Partido Social Democrata da Madeira, através da JSD, tem de continuar a manter a atractibilidade de que goza na Juventude.
Na bipolarização política que a Madeira sempre viveu, as próximas eleições regionais desenham-se de luta forte. O desespero e o sentimento de impotência nos nossos adversários, levou-os a uma “aliança” absurda, onde se misturam comunistas, socialistas, a maçonaria, a extrema-direita, a “direita” ressabiada e os interesses ilegítimos dos antigos senhores feudais do arquipélago.
Só o desespero que sabe quão decisivas as próximas eleições são para eles, pode explicar, para além de conhecidas patologias psíquicas individuais e identificadas, todo este absurdo e incompetência que marca a Oposição local.
Mas, tal desespero vai fazer “valer tudo”. Temos de estar preparados, e muitos menos nos deixar enganar ou impressionar, ou sermos guiados por interesses pessoais.
Vamos defender o Povo Madeirense como sempre!
Vamos persistir nas nossas Causas!
Vamos derrotá-los!"
(texto da moção de Alberto João Jardim ao XIII Congresso Regional do PSD-Madeira a ter lugar em Abril no Funchal)

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