"Consegue obter uma reforma confortável cortando nos pequenos hábitos do dia-a-dia, mas não necessita de prescindir deles. Amealhar 185 mil euros com pouco esforço? Com certeza dirá que o Diário Económico encontrou a pedra filosofal, descobriu a pólvora, ou somente "lá estão os jornalistas com estas contas de merceeiro". E tem razão. Poupar 185 mil euros com pouco esforço não é possível. Afinal prescindir dos pequenos vícios que dão colorido à vida não é tarefa de pouco esforço. É por isso que, na realidade, terá de poupar apenas 100 mil euros, o que significa cortar os seus vícios para metade em vez de ter de prescindir definitivamente dos mesmos. Os juros do investimento encarregar-se-ão do resto do trabalho. A reforma é o seu principal objectivo de poupança. É o maior desafio de mealheiro com o qual se confrontará ao longo da vida activa. Mas apesar de 66% dos portugueses considerarem que o valor que irão receber do Estado não será suficiente para viver os últimos anos da sua vida, apenas 40% já começaram a constituir um plano de reforma privado, de acordo com o AXA Barómetro Reforma 2010. A resposta cai invariavelmente no mesmo saco: o salário é baixo, se for funcionário público o salário é agora ainda mais baixo, os juros da casa vão subir, preciso de trocar de carro, os combustíveis estão pela hora da morte, o colégio das crianças, em suma, não sobra dinheiro ao final do mês para canalizar para a poupança. Certo. Mas quantos cafés bebe por dia? Quantas vezes toma o pequeno-almoço, lancha ou almoça fora? Quantas cervejas ou refrigerantes bebe por semana? Isto para não falar nos cigarros, aos quais todos os fumadores já fizeram as contas semanais, mensais e anuais. A verdade é que um euro aqui e outro euro ali (parecem irrelevantes) e ao final de uma vida activa fica mais pobre em 186 mil euros. Um montante que lhe permitiria receber 821 euros por mês, durante 21 anos, aos quais somaria os 1.558 euros da reforma da Segurança Social de forma a alcançar 80% do seu último salário bruto o que, grosso modo, sairia em linha com o seu último salário líquido. Nada mau. Esta simulação foi realizada no site da Optimize, e teve em conta um aforrador de 20 anos de idade, que começa agora a trabalhar (não tem poupanças acumuladas), recebe um salário ilíquido de 1.500 euros e pretende reformar-se aos 65 anos de idade. Importante: um aforrador com estas características irá receber apenas 52,4% do seu último salário.
Como atingir os objectivos de poupançaNo entanto, nesta árdua tarefa de poupar para a reforma há que não descurar duas forças poderosas: o investimento e os juros compostos. Assim, se descobrir um produto de poupança que lhe renda em média 5% (líquidos de inflação considerada em 1,5%) anualmente durante a sua vida activa, neste caso 45 anos, terá de prescindir apenas de 4,23% do seu salário mensal. O que, para quem recebe 1.500 euros, seriam 63,45 euros.É certo que as rendibilidades dos produtos para a reforma têm sido pouco atractivas e, como tal, é difícil encontrar um produto que dê 5% ao ano. Mas podemos contornar a situação. Considere-se então um produto que renda 1,5% ao ano. Mas neste caso já terá de prescindir de 10,75% do seu salário mensal, ou seja, 161,25 euros. E onde é que vai buscar 161,25 euros por mês? Fumando menos cinco cigarros por dia, bebendo menos dois cafés diariamente, tomando o pequeno-almoço ou lanchando fora de casa quatro vezes por semana e não todos os dias, bebendo menos duas cervejas e dois refrigerantes por semana e cortando um almoço semanal fora de casa. Consegue uma poupança mensal de 154 euros, o suficiente para lhe assegurar uma reforma confortável e mantendo os pequenos prazeres do dia-a-dia.
Com fazer as contas
Como atingir os objectivos de poupançaNo entanto, nesta árdua tarefa de poupar para a reforma há que não descurar duas forças poderosas: o investimento e os juros compostos. Assim, se descobrir um produto de poupança que lhe renda em média 5% (líquidos de inflação considerada em 1,5%) anualmente durante a sua vida activa, neste caso 45 anos, terá de prescindir apenas de 4,23% do seu salário mensal. O que, para quem recebe 1.500 euros, seriam 63,45 euros.É certo que as rendibilidades dos produtos para a reforma têm sido pouco atractivas e, como tal, é difícil encontrar um produto que dê 5% ao ano. Mas podemos contornar a situação. Considere-se então um produto que renda 1,5% ao ano. Mas neste caso já terá de prescindir de 10,75% do seu salário mensal, ou seja, 161,25 euros. E onde é que vai buscar 161,25 euros por mês? Fumando menos cinco cigarros por dia, bebendo menos dois cafés diariamente, tomando o pequeno-almoço ou lanchando fora de casa quatro vezes por semana e não todos os dias, bebendo menos duas cervejas e dois refrigerantes por semana e cortando um almoço semanal fora de casa. Consegue uma poupança mensal de 154 euros, o suficiente para lhe assegurar uma reforma confortável e mantendo os pequenos prazeres do dia-a-dia.
Com fazer as contas
- A primeira tabela apresenta-lhe os pequenos hábitos do dia-a-dia da maioria dos comuns mortais. Prescindindo de todos eles conseguiria obter uma poupança de cerca 185 mil euros ao longo da sua vida activa, dos 20 aos 65 anos.
- No entanto, se optar por investir num produto de poupança, mesmo que conservador, com ganhos anuais de 1,5% acima da inflação, só necessita de poupar cerca de 101 mil euros para atingir os mesmos 185 mil euros.
- E para poupar 101 mil euros não necessita de prescindir de todos os seus hábitos, basta que os diminua ligeiramente" (texto da jornalista do Económico, Marta Marques Silva, com a devida vénia)
- No entanto, se optar por investir num produto de poupança, mesmo que conservador, com ganhos anuais de 1,5% acima da inflação, só necessita de poupar cerca de 101 mil euros para atingir os mesmos 185 mil euros.
- E para poupar 101 mil euros não necessita de prescindir de todos os seus hábitos, basta que os diminua ligeiramente" (texto da jornalista do Económico, Marta Marques Silva, com a devida vénia)
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