terça-feira, novembro 02, 2010

Sobre comunicação social (I)

- A comunicação social privada da Madeira deve ter financiamento público?
O problema não se coloca só nesses termos. O que se entende por financiamento público? Publicar publicidade paga ou atribuir subsídios a fundo perdido? As rádios locais, por exemplo, beneficiam já de contratos-programa que considero fundamentais para a sua existência. Não vale a pena fazermos mais desenhos. A RTP e a RDP vivem, do erário público ou do financiamento externo avalisado pelo Estado. Por isso falamos de quê? Do financiamento público da imprensa regional privada.
Mesmo que dissesse que sim, que deve ter, haverá alguém que, por exemplo, me desmente e diz entender que em momentos de crise financeira e orçamental, o mais lógico seria os organismos públicos, pura e simplesmente suspenderem toda a publicidade e optarem pelos seus sites na internet.
O que me parece importante é conhecer a realidade do nosso mercado, as suas especificidades, as suas oscilações, os seus mitos, e não creio que exista um estudo concreto e sério sobre isso. A realidade, quer em termos da dimensão de consumidores, quer em termos de valores financeiros investidos em publicidade. Conhecendo o sector como conheço, é evidente que tenho a consciência que os meios de comunicação social vivem essencialmente das receitas publicitárias. Portanto, se o financiamento público não for considerado, seja ele como for, começo a duvidar da sobrevivência das empresas regionais privadas de comunicação social que, confesso, também acho que cometerem erros em termos de dimensionamento, provavelmente devido a algum deslumbramento conjuntural que não pode ser mantido quando não há condições para isso. Acho que o sector público deve colaborar com a comunicação social sem que daí venha nem uma dependência crónica doentia, nem o direito de intervenção externa nas redacções e nos critérios editoriais por parte de entidades e organismos públicos autónomos
" (LFM)

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