terça-feira, outubro 12, 2010

Passos Coelho “chantageado”?

Embora sem confirmação, garantiram-me hoje que é provável que Pedro Passos Coelho esteja a ser pressionado por sectores internos do PSD, afectos ao cavaquismo e outros sem conotação nem ao cavaquismo nem ao “passismo”, que ameaçam com a provocação da sua queda, caso o país seja conduzido para uma crise política devido ao voto contra o orçamento de estado para 2011. Um indicador de que Passos Coelho quer envolver o partido e não deixar ao grupo parlamentar e ao líder o poder uma decisão sobre esta matéria, tem a ver com a convocação do Conselho Nacional. Regista-se também declarações recentes de PP, claramente irritado com a polémica suscitada em torno do PSD sobre esta matéria, factores que indiciam, por um lado essa pressão chantagista feita sobre Passos Coelho e por outro a probabilidade de, mesmo entre o grupo de conselheiros mais directos do líder do PSD, existirem algumas “deserções” que inviabilizam uma posição consensual e concertada. Neste quadro, registo para as declarações (e propostas) de Paulo Rangel, verdadeiramente intoleráveis, que revelam a submissão de alguns dirigentes do partido ao “cavaquismo”, quer de forma directa, quer por outras vias que acabam por ir lá bater. Os resultados de sondagens recentes que colocam o PSD a ganhar um acto eleitoral, sem maioria absoluta, nem mesmo coligado com o PP, constituiu um dado novo que não funcionou, segundo me referiram, a favor de Passo Coelho, pois o país corre o risco de, recorrendo a um acto eleitoral, não ser capaz de viabilizar uma alternativa clara. A ideia dos "cavaquistas" aponta para a abstenção no orçamento para 2011, pela prioridade à reeleição de Cavaco e para ganhar tempo ao PS, permitindo que a degradação da situação do país e os efeitos da crise que se farão sentir mais intensamente nas famílias já no final deste ano, possam viabilizar alternativas eleitorais mais consistentes.
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Passos Coelho diz que se não fossem as presidenciais estaria a apresentar uma moção de censura ao Governo. O líder do PSD não revelou se viabilizará o Orçamento e até criticou os colegas de partido que têm apelado à viabilização das contas do Estado.

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