Segundo o site da SIC, "o presidente da Assembleia da República, Jaime Gama, afirmou hoje que "ninguém é dono da República", nem ela é "dona do país", mas assinalou que foi a sua instauração que estabeleceu "de forma irreversível" a igualdade no acesso aos direitos políticos através do voto.Ao discursar no encerramento na sessão solene de comemoração do Centenário da República, no Parlamento, Jaime Gama considerou que todos "os momentos grandiosos da história Pátria" devem ser olhados "com o devido respeito". "Como ninguém é dono da República, também ela não é dona do país e assim é que olhamos com o devido respeito para os momentos grandiosos da história Pátria que a antecederam e em que a sua proclamação a todos os títulos igualmente se insere", afirmou. A segunda figura do Estado acrescentou que a Implantação da República afirmou "de forma irreversível na vida nacional que a titularidade do poder político, em todos os níveis do Estado, exclusivamente se obtém pelo voto, nunca pela condição do privilégio do nascimento, numa escolha em que os concorrentes são, à partida, todos iguais no que respeita aos direitos políticos". A este propósito, e numa intervenção onde citou diversas figuras ligadas ao regime republicano, Gama evocou Henriques Nogueira, um dos teóricos do republicanismo português, :"Quisera que num país como o nosso...o Governo do Estado fosse feito pelo povo para o povo, sob a forma nobre, filosófica e prestigiosa de República". "Volvidos cem anos sobre a instauração do regime republicano, vivemo-lo hoje em democracia plena, com liberdade civil, económica, política, cultural e religiosa. Podemos olhar para trás com a maturidade de pontos de vista diferenciados, mas com a evidência de constatações óbvias, que demonstram a responsabilidade conjunta por um aperfeiçoamento insofismável", disse. No plenário da Assembleia da República, onde estiveram presentes as principais figuras do Estado e onde o Governo esteve representado pelo ministro dos Assuntos Parlamentares, a ministra da Cultura, da Educação e o ministro da Ciência e do Ensino Superior, o presidente da Assembleia considerou que mesmo que "a fragilidade do sistema político" ao longo de toda a I República não lhe tenha permitido "levar mais longe muitas das suas aspirações", isso "não invalida o propósito generoso de muitos dos seus protagonistas e o idealismo dos seus fundadores". Segundo Gama, as figuras que lideraram a Implantação da República, estiveram "quase sempre apostadas na apologia de grandes ideais ao serviço da coisa pública, do bem comum e do interesse geral, em suma, da 'res publica'". "Sabemos que hoje, numa democracia moderna, não há lugar para qualquer tipo de historiografia oficial e por isso reconhecemos que o maior mérito do Centenário da República é sobretudo o de ter estimulado mais e melhor conhecimento sobre um período da História marcado, como todos, por êxitos e fracassos, grandezas e miséria, sonhos e frustrações, magnanimidade e sectarismo", declarou". Se clicar aqui pode ler o discurso de Jaime Gama.
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