sexta-feira, outubro 22, 2010

"The Economist": recessão em 2011 é óbvia para todos, menos para o Governo

Li aqui que "a recessão da economia portuguesa em 2011 parece óbvia para todos, exceto para o Governo português, escreve esta quinta-feira a revista britânica "The Economist" na sua edição 'online'."Que a recessão irá seguir o ajustamento orçamental parece óbvio para todos exceto para o Governo, que projeta um crescimento de 0,2 por cento em 2011, depois de crescer cerca de 1 por cento este ano. O Barclays Capital espera que a economia contraia 1,1 por cento no próximo ano", escreve a revista. O artigo publicado hoje afirma que o primeiro ministro, José Sócrates, optou por uma abordagem mais moderada quando a Grécia e a Espanha tomavam medidas mais duras, e que agora Sócrates "foi forçado a aceitar o seu erro com um pacote de austeridade no mínimo tão duro como o de Espanha", quando deveria ter entrado "a matar", tal como estes países fizeram inicialmente. A revista diz que um "confuso" acordo entre Governo e oposição "é provável nas próximas semanas" mas que o grande desafio do primeiro ministro é levar a economia a crescer novamente, e que terá sido em nome deste pressuposto que o José Sócrates terá resistido a tomar medidas mais drásticas. "Ainda assim, foi em nome do crescimento que o Sócrates de forma esquiva resistiu cortes mais drásticos até que os mercados de divida o obrigaram. Ele argumenta que, ao contrário de outros países da zona euro em dificuldades, Portugal não sofreu uma crise bancária ou imobiliária. Grécia, Irlanda e Espanha todos têm défices maiores e crescimentos menores. No entanto, para manter os custos de financiamento controláveis, teve de dar uma machadada no défice", diz o artigo. A Economist explica que o caminho ainda será longo, e que para fazer a economia crescer, não será necessário apenas medidas duras de austeridade, mas também tornar mais flexível o mercado de trabalho, melhorar as escolas e aumentar a eficiência do sistema judicial e deixa uma amarga perspetiva: "Portugal poderá finalmente ter cedido aos mercado mas há muito mais batalhas pela frente".
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