Li no site da RTP que "a troca de munições entre socialistas e sociais-democratas agudizou-se no início da semana decisiva para a proposta de Orçamento do Estado apresentada pelo Governo de José Sócrates. Depois de o primeiro-ministro ter dito que o documento “protege o país”, a bancada parlamentar do PS instou a Oposição a pôr termo à “retórica violenta”. Do PSD saiu o diagnóstico de um Executivo que já “não tem condições para governar” “Com ou sem Orçamento”, o Governo socialista “é o passado, não tem condições para continuar a governar e já não é parte do futuro para o qual temos que olhar”. Foi com este retrato que o secretário-geral do PSD, Miguel Relvas, culminou um dia de recados sucessivos entre a direcção de Pedro Passos Coelho e o Estado-maior socialista. Em Faro, durante a tomada de posse dos novos órgãos distritais do PSD, Relvas acusou também o Executivo de José Sócrates de demonstrar uma “grande insensibilidade social”. Mas manteve a incógnita em torno do sentido de voto do maior partido da Oposição, limitando-se a dizer que os sociais-democratas devem “ter a coragem de defender as suas convicções”. Questionou, em seguida, a “credibilidade” quer do Governo, quer do primeiro-ministro, por terem “faltado à verdade em momentos consecutivos”. Desde logo nas negociações com Passos Coelho para a aprovação, em Maio, das medidas adicionais ao Programa de Estabilidade e Crescimento. “Que credibilidade tem um primeiro-ministro que faltou à verdade? Que credibilidade temos nós de que esse primeiro-ministro não é mais uma vez a chave do problema e nunca a solução? Por isso vos digo que, com ou sem Orçamento, este é um Governo sem futuro”, afirmou Miguel Relvas, evocando o momento da História do país em que Cavaco Silva entrou em ruptura com o Bloco Central: “O professor Cavaco, contra a opinião de tudo e de todos e mesmo minoritário dentro do partido, teve coragem de romper com o Bloco Central e dizer que nós queremos um novo projecto de esperança e que traga Portugal para o caminho do desenvolvimento. E a realidade transformou-se nos dez anos de maior prosperidade e crescimento da economia portuguesa”. O PSD, prosseguiu o secretário-geral do partido, “tem que ter a coragem de ser só refém das suas convicções” e “a liberdade e a capacidade de fazer aquilo em que acredita e de escolher o melhor caminho para o país”. “É um caminho difícil, estreito, com obstáculos, mas o que os portugueses querem não é um Governo de insensibilidade social cego, surdo e mudo como este. O que os portugueses querem é um projecto de esperança, de ambição, que traga emprego e competitividade para a economia portuguesa. É essa a nossa atitude, a nossa proposta para Portugal, e para isso contamos e precisamos dos portugueses”.
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