quinta-feira, outubro 14, 2010

Calotes das empresas sobem 241 milhões por mês

Li no Correio da Manhã que "sectores da Construção e Imobiliário respondem por mais de metade dos empréstimos em incumprimento. O efeito das dificuldades de financiamento da economia portuguesa está a ter consequências dramáticas no tecido empresarial. Segundo os últimos dados do Banco de Portugal relativos ao crédito malparado, os calotes das empresas aos bancos já somam 5,7 mil milhões de euros, um número recorde. De Julho a Agosto de 2010, os empréstimos que entraram em incumprimento somam 241 milhões de euros. Os sectores da Construção Civil e do Imobiliário estão no topo da lista das actividades económicas com maiores dificuldades. Aquelas empresas respondem por mais de metade do total dos empréstimos em incumprimento. São mais de 3,2 mil milhões de euros que estão em risco de não serem pagos. O comércio responde por mais de mil milhões de euros de crédito malparado. Também as famílias estão a sentir crescentes dificuldades para honrar os compromissos financeiros que têm com os bancos. De acordo com os dados do Banco de Portugal relativos ao mês de Agosto, o valor total dos calotes das famílias portuguesas superava os 4,1 mil milhões de euros. A maior fatia daqueles empréstimos diz respeito à compra de casa e soma 1957 milhões de euros. No entanto, os incumprimentos baixaram de Julho para Agosto com uma queda no valor de um milhão de euros. Sempre a crescer têm vindo os calotes no crédito ao consumo, que no final de Agosto somavam 1,2 mil milhões de euros. Desde o início do ano, o malparado nestes empréstimos já conheceu um aumento de 164 milhões de euros. O crédito de cobrança duvidosa para "outros fins" soma 926 milhões de euros. Ao todo, contando os empréstimos a empresas e particulares, o sector financeiro tem de enfrentar um volume de calotes que soma os 9,8 mil milhões de euros. Entretanto, foi ontem conhecido que, em Setembro, a Banca nacional tinha uma dívida de 39,7 mil milhões de euros junto do Banco Central Europeu (BCE), o que corresponde ao volume mais baixo desde Maio, de acordo com os dados preliminares também publicados pelo Banco de Portugal. Nos três meses anteriores, os empréstimos da Banca junto do BCE superaram sempre os 40 mil milhões. A queda mensal é de 9,7 mil milhões de euros, ou seja, 19,15%. Ainda assim, o valor do financiamento da Banca nacional junto do BCE continua a ser quatro vezes superior à registada há um ano. Em Setembro de 2009, os empréstimos junto do BCE situaram-se em 9,3 mil milhões de euros. A evolução do financiamento da Banca portuguesa frente ao BCE pode indicar uma estabilização, e mesmo começo de normalização do mercado. E as taxas Euribor são prova dessa normalização. Isto porque com uma normalização do mercado, ou seja, uma menor dependência dos bancos em relação ao BCE, as taxas Euribor tendem a subir".

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