Temo sinceramente que Passos Coelho, por precipitação, tenha dado cabo da revisão constitucional. E se isso acontecer é lamentável. Cabe à Madeira, particularmente ao PSD e a Alberto João Jardim, socorrerem-se da sua capacidade de manobra – se é que ela existe no contexto actual – para ao menos salvarem alguma das suas ideias e propostas no que à autonomia regional diz respeito. Um fracasso da revisão constitucional, dadas as posições que sempre assumiu nesta matéria, coloca ao PSD da Madeira desafios novos que são incompatíveis com qualquer sinal de acomodamento ou de aceitação de estratégias partidárias desastrosas.
Passos Coelho tem que perceber duas coisas importantes: por um lado, decidir se a revisão constitucional, neste momento é, como acredito que seja, importante para que se dêem alguns passos decisivos rumo à mudança de um país que precisa de modernizar-se e de um sistema político caduco, ou se não passa de uma bandeirola usada na chicana política que não nos conduz a lado nenhum. Passos Coelho tem que libertar-se de constrangimentos ideológicos que o transformaram numa espécie de personificação diabolizada do liberalismo levado ao extremo bem como pressões ideológicas de ”pensadores”, pretensos “constitucionalistas”, de uma maneira geral conotados ideologicamente com correntes mais conservadores da política portuguesa, alguns deles referências de direita, nalguns casos de uma direita asquerosa e fascizante, pensadores da treta esses que não podem - muito menos a reboque de uma realidade social, económica e financeira nacional deprimente e degradada em que o nosso país se encontra - avançar com propostas que são um insulto a um povo deprimido e oprimido por permanentes medidas que lhe agravam a vida e o impedem de sonhar e de ter direito à felicidade. Ou seja, Passos Coelho não é nenhum salvador da pátria feito a martelo. Se é legítimo que Passos tenha ideias próprias, mesmo que elas sejam ousadas (cabe a cada um de nós concordar ou não e discutir pontos de vista conflituantes), sobre o País e particularmente sobre o seu modelo constitucional, se é evidente que todos aceitamos que, nos dias que correm, os dogmas que manietam o posicionamento de alguns partidos da esquerda deixaram de fazer sentido, é igualmente importante que o líder do PSD tenha a noção do seu espaço, dos condicionalismos políticos e sociais existentes actualmente e, sobretudo, de qual o modelo mais adequado para a gestão dessas ideias junto da opinião pública. Quando ataca de peito cheio pode estar definitivamente a dar cabo da revisão constitucional, radicalizando posições, impedindo acordos parlamentares e desaproveitando uma oportunidade que poderia (e deve) ser aproveitada para que se conquistem alguns avanços noutras frentes.
Finalmente parece-me que Passos Coelho não pode tolerar uma traição, porque é disso que se trata, às propostas do PSD da Madeira. Eu não sei que negociações existiram, nem quero saber disso para nada. Sei que Guilherme Silva fez parte do tal grupo de ”pensadores” que Passos Coelho tirou da cartola, sei que eles não queriam que Guilherme Silva fizesse parte desse grupo (consequências ainda do último congresso), sei que chegaram a enviar “recados” para que isso acontecesse, mas não quero acreditar que a forma como lidaram com as propostas do PSD da Madeira seja um ajuste de contas com Alberto João Jardim ou uma vingança pelo facto dos social-democratas madeirenses terem indicado Guilherme para aquele grupo de trabalho. Estou-me nas tintas para isso tudo, para as pequenas ou grande s históricas que são marginais ao essencial deste processo demasiado importante para perderemos tempo com idiotices e hipocrisias. O que digo, e mantenho, é que Passos Coelho – que aos poucos vai dando cabo do terreno que foi conquistando – se for o causador do fracasso da revisão constitucional, terá que responder no local próprio perante essa responsabilização política. Repito, ainda vai a tempo de manter as suas ideias mas de fasear a revisão do texto constitucional ao longo dos próximos anos, sem que queira conquistar tudo agora, de uma só vez. O que nos faltava, no actual momento político, é que a revisão constitucional acabasse por transformar alguns políticos, com responsabilidades acrescidas, numa espécie de “D.Quixotes”, seguidos por uma côrte de inúteis “Sanchos Panças”.
Passos Coelho tem que perceber duas coisas importantes: por um lado, decidir se a revisão constitucional, neste momento é, como acredito que seja, importante para que se dêem alguns passos decisivos rumo à mudança de um país que precisa de modernizar-se e de um sistema político caduco, ou se não passa de uma bandeirola usada na chicana política que não nos conduz a lado nenhum. Passos Coelho tem que libertar-se de constrangimentos ideológicos que o transformaram numa espécie de personificação diabolizada do liberalismo levado ao extremo bem como pressões ideológicas de ”pensadores”, pretensos “constitucionalistas”, de uma maneira geral conotados ideologicamente com correntes mais conservadores da política portuguesa, alguns deles referências de direita, nalguns casos de uma direita asquerosa e fascizante, pensadores da treta esses que não podem - muito menos a reboque de uma realidade social, económica e financeira nacional deprimente e degradada em que o nosso país se encontra - avançar com propostas que são um insulto a um povo deprimido e oprimido por permanentes medidas que lhe agravam a vida e o impedem de sonhar e de ter direito à felicidade. Ou seja, Passos Coelho não é nenhum salvador da pátria feito a martelo. Se é legítimo que Passos tenha ideias próprias, mesmo que elas sejam ousadas (cabe a cada um de nós concordar ou não e discutir pontos de vista conflituantes), sobre o País e particularmente sobre o seu modelo constitucional, se é evidente que todos aceitamos que, nos dias que correm, os dogmas que manietam o posicionamento de alguns partidos da esquerda deixaram de fazer sentido, é igualmente importante que o líder do PSD tenha a noção do seu espaço, dos condicionalismos políticos e sociais existentes actualmente e, sobretudo, de qual o modelo mais adequado para a gestão dessas ideias junto da opinião pública. Quando ataca de peito cheio pode estar definitivamente a dar cabo da revisão constitucional, radicalizando posições, impedindo acordos parlamentares e desaproveitando uma oportunidade que poderia (e deve) ser aproveitada para que se conquistem alguns avanços noutras frentes.
Finalmente parece-me que Passos Coelho não pode tolerar uma traição, porque é disso que se trata, às propostas do PSD da Madeira. Eu não sei que negociações existiram, nem quero saber disso para nada. Sei que Guilherme Silva fez parte do tal grupo de ”pensadores” que Passos Coelho tirou da cartola, sei que eles não queriam que Guilherme Silva fizesse parte desse grupo (consequências ainda do último congresso), sei que chegaram a enviar “recados” para que isso acontecesse, mas não quero acreditar que a forma como lidaram com as propostas do PSD da Madeira seja um ajuste de contas com Alberto João Jardim ou uma vingança pelo facto dos social-democratas madeirenses terem indicado Guilherme para aquele grupo de trabalho. Estou-me nas tintas para isso tudo, para as pequenas ou grande s históricas que são marginais ao essencial deste processo demasiado importante para perderemos tempo com idiotices e hipocrisias. O que digo, e mantenho, é que Passos Coelho – que aos poucos vai dando cabo do terreno que foi conquistando – se for o causador do fracasso da revisão constitucional, terá que responder no local próprio perante essa responsabilização política. Repito, ainda vai a tempo de manter as suas ideias mas de fasear a revisão do texto constitucional ao longo dos próximos anos, sem que queira conquistar tudo agora, de uma só vez. O que nos faltava, no actual momento político, é que a revisão constitucional acabasse por transformar alguns políticos, com responsabilidades acrescidas, numa espécie de “D.Quixotes”, seguidos por uma côrte de inúteis “Sanchos Panças”.
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