Segundo a jornalista do Correio da Manhã, Eugénia Ribeiro, "se as televisões locais já podiam ser financiadas pelas autarquias, as alterações à lei alargam esta prerrogativa às rádios locais. A medida, incluída na proposta de lei para a televisão e rádio, foi ontem contestada pelo PSD e CDS na comissão de ética, após a audição do ministro que tutela a Comunicação Social, Jorge Lacão. "Em 2007, todos os partidos da Oposição se pronunciaram contra a possibilidade do financiamento da actividade de televisão pelos municípios. Estamos a deitar gasolina numa fogueira. A incentivar a promiscuidade entre a Comunicação Social e o poder político. Isto põe em causa um princípio basilar da independência do poder económico e do poder político em relação à Comunicação Social", alertou Agostinho Branquinho, deputado do PSD. Também a deputada Cecília Meireles, do CDS, chamou a atenção para a possibilidade do financiamento pelos municípios "abrir portas a outras entidades que gravitam em torno das autarquias". Sobre a nomeação do provedor do telespectador da RTP, que está em Tribunal após o Conselho de Opinião ter vetado o nome de Felisbela Lopes, convidada pela administração do canal público, Jorge Lacão afirmou: "A actual solução é difícil de concretizar pois o Conselho de Opinião (CO) tem parecer vinculativo. Para aperfeiçoar a lei, e dado que o provedor representa o ouvinte e o telespectador, a sua nomeação deve estar mais sujeita ao CO. Não me agrada que uma escolha que deve ser institucional seja dirimida em contencioso judicial".
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