Segundo a jornalista do Publico, Ana Cristina Pereira, "é a maior subida dos últimos cinco anos desta prestação destinada a atenuar a pobreza. O presidente do Instituto de Segurança Social desdramatiza. O ano passado chegou ao fim com um número recorde de famílias beneficiárias de Rendimento Social de Inserção (RSI): 152.421. A análise mensal revela uma subida gradual, sistemática, na ordem das duas mil de cada vez. No final, havia mais 23.858 do que no ano anterior. O presidente do Instituto da Segurança Social (ISS), Edmundo Martinho, não ficou surpreendido com a evolução desta medida destinada a atenuar a pobreza extrema. Pensa na crise económica e financeira e comenta: "Muitas pessoas perderam o emprego. As prestações de desemprego cessam. Há medidas - na área da formação profissional e do emprego -, mas nem todos estão a voltar ao mercado de trabalho e é natural que o RSI surja como o recurso." "É provável que ao longo de 2010 ocorra um fenómeno semelhante", diz Edmundo Martinho. O ministro das Finanças, Teixeira dos Santos, já aceita que a taxa de desemprego tenha chegado aos 9,5 por cento em 2009 e que venha a subir para 9,8 este ano. O valor médio de 2009 será de 490 mil pessoas sem trabalho e já se projecta um valor superior para agora. A tendência de subida não é nova, como revela qualquer análise simples e rápida feita a partir dos dados dos últimos cinco anos: 88 mil famílias beneficiárias de RSI em 2004; 92.299 em 2005; 94.933 em 2006; 111.772 em 2007; 128.563 em 2008; 152.421 em 2009. Nesse período, porém, a subida nunca foi tão grande como esta. A evolução do RSI seria mais acentuada se o subsídio social de desemprego não tivesse sido alargado em seis meses, admite Edmundo Martinho. Agora, o Governo planeia manter esse alargamento e reduzir de 450 dias para 365 o número mínimo de dias de descontos necessário para ter acesso ao subsídio. Medidas de apoio ao emprego à parte, Edmundo Martinho concede a possibilidade de a tendência ser contrariada pela criação de um subsídio destinado a tirar da pobreza famílias trabalhadoras com filhos menores. Não se sabe ainda quantas famílias encaixam nesse perfil - o levantamento está a ser feito. Não será um número pequeno: à volta de 341 mil pessoas não recebem mais do que o salário mínimo nacional, o que este ano significa 475 euros". A culpa é de certeza da lei de finanças regionais e da Madeira...
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