segunda-feira, janeiro 18, 2010

Futebol: Ruben no DN de Lisboa

No dia da sua transferência para as Antas, o DN de Lisboa, num texto da jornalista Lilia Bernardes, intitulado "Rezei à Santa Adelaide do Porto para ajudar o meu filho", no qual é dado a conhecer um pouco mais da vida do jogador madeirense, ex-Nacional: "Após transferência para o Dragão, o reencontro emocionado de Rúben Micael com a mãe. Os sorrisos rasgados não mentem. Na casa da família de Rúben Micael, foi uma manhã de luz, ontem, após anos e anos de luta comandados por uma mulher, uma "mãe coragem" chamada Maria Floripes, que colocou no mundo oito filhos, entre os 17 e os 29 anos. Rúben, a nova aquisição do FC Porto, conhece bem os cantos desta casa verde, uma das muitas inseridas no "Complexo Habitacional do Espírito Santo e Calçada", em Câmara de Lobos, inaugurado em 1982 e logo baptizado pelos populares de "Argentina", devido aos conflitos existentes com o bairro vizinho da "Torre", apelidado de "Maldivas". Pobreza e violência marcaram estes dois aglomerados populacionais que para sempre ficarão ligados, por analogia, à disputa das ilhas do Atlântico Sul. Construídos pelo Governo Regional, estes dois bairros foram ocupados sobretudo por pessoas com baixos recursos financeiros. E foi neste ambiente de dificuldades, no seio de uma família enorme, que Rúben cresceu e começou a trocar a bola com os miúdos da sua idade. Ontem, Maria Floripes, de 50 anos, abriu, pela primeira vez, a porta de casa a jornalistas. Estava radiante. Numa sala pequena, filhos, noras e netos esperavam a hora do almoço e a chegada do "menino" de 23 anos, acabado de aterrar no aeroporto do Funchal depois do jogo Sporting-Nacional da véspera. À saída da missa, já recebera os parabéns de muita gente, depois de ter "rezado a Santa Adelaide do Porto", por quem é devota desde sempre. Pediu-lhe para que "tudo de bom aconteça (ao filho) neste passo que vai dar". Floripes garante que "não sabia de nada". "Ele sempre foi muito calado. Sei tanto como os jornais." Uma frase que os outros filhos assinam por baixo."Nunca se deve esquecer o que já fomos. Eu passei por muito, sofri muito na vida. Chorei bastante. Por vezes, só tinha pão para lhes dar de oito em oito dias. Nunca se esquece isto. E eles também nunca vão esquecer. Aos 29 anos tinha oito filhos, três homens e cinco mulheres", diz de rajada, certa de que o filho vai manter a humildade apesar da subida na carreira. Hoje, Floripes acredita, no fundo, que alguma coisa há-de mudar. Mas, sublinha, "nunca irei interferir na vida do Rúben. Estou aqui para dar conselhos, se os pedir, e para acarinhá-lo como sempre fiz com ele e com os outros". Tinham-se já feito as despedidas quando Rúben Micael, que já vive noutra casa mas sempre no concelho de Câmara de Lobos, estaciona o carro (um utilitário). E de imediato teve direito a um beijo maternal de parabéns. Rúben só sorri. Nada de palavras, para já, a não ser: "Só quero que ela seja feliz." A mãe, claro, que agora talvez vá ganhar a casa nova que o médio sempre lhe quis oferecer, como revelou em entrevista recente ao DN".
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