Fez-me alguma confusão o recente anúncio do Presidente do Governo de que tinha sido encontrada uma solução para o “Columbus Resort” do Porto Santo, aliás desmentida nesse mesmo dia ou no dia seguinte pelo secretário de Estado do Turismo por Bernardo Trindade. O empreendimento é financiado em 50% pelo Banif e pelo BCP. Por isso, qualquer solução tem que passar pelo BCP que não me parece disposto a envolver-se mais naquela obra. Por isso, das duas uma: ou não há solução definitiva exactamente por causa de não estar resolvida a dívida ao BCP, ou há um acordo (?) envolvendo o Banif (não Horácio Roque) e eventualmente o empresário madeirense (individualmente?) Joe Berardo que teria que passar, sempre, pela compra da posição que o BCP possui naquela obra. Contudo, a crise económica pode não permitir a Berardo, ou a qualquer outro empresário do seu nível, dispor de recursos financeiros disponíveis para se envolver numa solução no “Columbus Resort” que implicará várias dezenas de milhões de euros. Também ainda não percebi a posição do Governo da República – Alberto João Jardim disse que a solução na metia governos – na medida em que existem financiamentos nacionais ao abrigo de programas específicos que implicavam o cumprimento de determinadas exigências e calendários. Ou seja, existe um diferente patamar de envolvimento, em termos de responsabilidades financeiras, entre os dois executivos, num empreendimento que continuo a considerar megalómano (pela sua dimensão) e que começou mal, porque ninguém teve a coragem de travar a tempo uma certa tendência para a opulência da qual resultaram os custos que agora estão a ser pagos.
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