Li no DN de Lisboa, num texto do jornalista Hugo Coelho uma impressionante descrição do que se terá passado durante o tiroteio numa escola alemã: "Chegou vestido de negro e vinha para matar. Dirigiu-se à sala 10D, entrou e atirou sobre tudo o que mexia. Uma. Duas vezes. Antes da terceira rajada, olhou nos olhos os que ainda respiravam e perguntou: "Ainda não estão todos mortos?" E voltou a disparar.O assassino deixou a sua antiga escola no Sul da Alemanha minutos depois para continuar a matança lá fora até começar uma fuga espectacular, a pé e de carro, às autoridades. Depois de três horas, vendo-se encurralado e ferido, num tiroteio com a polícia, Tim Kretschmer, de 17 anos, suicidou-se.O massacre que ontem abalou a pacata cidade Winnenden, perto de Estugarda, fez 15 mortos e deixou a Alemanha em estado de choque."Ele foi para a escola com uma arma na mão e fez um banho de sangue", disse o chefe da polícia da área Erwin Hetger. "Nunca vi nada assim. Sou director da polícia de Baden-Württemberg há 19 anos e não me lembro de um crime tão terrível."A chanceler alemã, Angela Merkel, mostrou-se revoltada com o crime. "É inconcebível que, numa questão de segundos, estudantes e professores tenham sido mortos", disse numa comunicação ao país. "É aterrador."O ministro regional do Interior, Heribert Rech, disse que nove dos mortos são alunos, entre os 14 e os 16 anos. Relatos não confirmados davam conta de que há oito raparigas entre os estudantes mortos.Entre os cadáveres contam-se ainda três professoras que, segundo testemunhos, se colocaram à frente das balas para proteger os alunos. Além disso foi descoberta uma pessoa morta numa clínica psiquiátrica perto da escola, mais tarde identificada como o jardineiro do estabelecimento. E outras duas na cidade vizinha de Wendligen, onde o assassino foi finalmente travado.Ao que o DN apurou, não existe nenhum lusodescendente entre as vítimas do massacre na cidade onde vivem três dezenas de portugueses.A polícia disse que os corredores e várias salas de aula estavam sujas de sangue e pediu a todos que doassem sangue para socorrer os oito feridos.Durante a manhã, as escolas da região foram fechadas, com os alunos no interior para desespero de dezenas de pais que queriam ir buscá-los.Ainda não se sabe o que levou o jovem a cometer o pior massacre do género na Alemanha desde 2002.A mãe de Tim Kretschmer estaria no cabeleireiro quando o crime aconteceu e foi surpreendida horas depois quando a polícia lhe entrou pela casa dentro. Segundo a imprensa alemã, a família tinha 18 espingardas e pistolas - um pequeno arsenal usado para a caça - e uma das pistolas estava em falta".
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Têm-se multiplicado os massacres em estabelecimentos de ensino
O fenómeno começou nos Estados Unidos, mas nos últimos anos atingiu também a Europa com violência. Na Finlândia, por exemplo, nos 2 últimos anos 19 pessoas morreram em tiroteios em escolas.
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